bell notificationshomepageloginedit profileclubsdmBox

Read Ebook: Resumo elementar de archeologia christã by Silva Joaquim Possid Nio Narciso Da

More about this book

Font size:

Background color:

Text color:

Add to tbrJar First Page Next Page

Ebook has 829 lines and 92320 words, and 17 pages

RESUMO ELEMENTAR

ARCHEOLOGIA CHRIST?

POR

POSSIDONIO DA SILVA

Antigo edificio religioso de Santarem

LISBOA--Museu de Archeologia do Carmo

RESUMO ELEMENTAR

ARCHEOLOGIA CHRIST?

POR

MEDALHA CONFERIDA EM 1869

LISBOA LALLEMANT FR?RES, IMPRENSA 1887

MEMORIA DE MEU PAE

Reinaldo Jos? da Silva

TESTEMUNHO DE RESPEITO E GRATID?O

O Auctor

AO LEITOR

Inaugurando-se agora nos seminarios de algumas dioceses de Portugal cadeiras para o ensino de archeologia christ?, estudo que ha muito era urgente crear-se no nosso paiz, proponho-me publicar os elementos principaes d'esta sciencia, afim de facilitar os estudos a quem desejar possuir esses conhecimentos indispensaveis para curar da conserva??o dos objectos do culto e evitar o ignorante modo de se restaurarem os edificios religiosos dos differentes estylos, que pertencem ? na??o; pois j? ? tempo de n?o se continuar a praticar nos edificios concertos mal pensados, que alteram o caracter respectivo da sua architectura, e causam tambem desdouro ao avaliar-se a nossa civilisa??o.

Ainda que n?o fa?amos um compendio completo, comtudo, talvez possa ser de algum auxilio para se divulgarem as instruc??es principaes d'esta natureza afim de p?r cobro aos vandalismos que t?em destruido tantas antiguidades e objectos preciosos do culto.

Possidonio da Silva.

INTRODUC??O

Os monumentos historicos ou simplesmente artisticos s?o os marcos que assignalam os passos, mais ou menos firmes, vagarosos ou apressados, que os povos v?o dando no caminho da civilisa??o. Por?m n?o se pense que, relativamente a esses padr?es, a cultura de uma na??o deva ser avaliada s?mente pela significa??o d'elles, por mais gloriosa que seja, ou por mais que se aprimorasse n'elles a arte, mas sim tambem pelo apre?o e respeito com que essa na??o vela pela sua conserva??o.

Sobreleva Portugal a todas as na??es na alta significa??o dos seus monumentos, porque n?o commemoram unicamente fa?anhas militares e virtudes christ?s e civicas, communs a outros povos. N?o recordam s? mil ac??es de valor, de coragem e de abnega??o, praticadas na defensa da patria, ou para alargamento das suas fronteiras, ou para honra e lustre do seu nome. Mas fallam tambem os nossos monumentos d'essas arrojadissimas emprezas de navega??es e descobrimentos, com que os portuguezes abriram de par em par as portas ? moderna civilisa??o, levando a luz do evangelho, atravez de mares ignotos, ?s mais longinquas regi?es do globo.

Quasi todas essas glorias, que doiram as paginas da nossa historia, foram memoradas por nossos maiores com a funda??o de um templo, acanhado e singelo, ou grandioso e opulento, segundo o permittiam a rudeza dos tempos, ou a florescencia da na??o, bem como o animo e posses dos fundadores.

As convuls?es do s?lo, a pouca illustra??o dos reedificadores, e modernamente a sanha brutal dos demolidores, t?em destruido ou desfigurado muitas d'essas auctorisadas testemunhas dos tempos heroicos de Portugal. Este vandalismo, que nos degrada do gremio das na??es cultas, n?o est?, infelizmente, ainda de todo proscripto d'entre n?s. Os poderes publicos ainda n?o prestam aos nossos monumentos toda a atten??o e vigilante solicitude que, para a sua conserva??o, elles demandam, e a honra e bom nome do paiz com tanta justi?a reclamam. E n?o basta que se attenda ? conserva??o dos monumentos commemorativos dos grandes factos historicos, e ao mesmo tempo opulentos d'arte. Merecem o nosso apre?o e cuidados todos os padr?es que interessam, de qualquer maneira, aos annaes da na??o e ? historia da arte.

N?o obstante os differentes elementos de destrui??o, que tem actuado entre n?s, ainda existem de p? n'este reino n?o poucas egrejas anteriores ? funda??o da monarchia, ou contemporaneas do nosso primeiro rei, ou construidas sob o sceptro dos seus immediatos successores. S?o pequenos e de construc??o mesquinha todos esses templos, tendo por fei??o principal a mesma simplicidade e pobreza, que distinguiam n'essa epocha o viver da na??o. Todavia, embora o acanhamento das propor??es, e a simplicidade da architectura corram parelhas com a pobreza das memorias historicas, todas essas egrejas s?o exemplares de subido valor para a historia da arte em Portugal, tanto mais quanto ? tristemente certo, que os grandes templos, levantados nos principios da monarchia, t?em sido mascarados e desfigurados, por occasi?o das reedifica??es, como aconteceu ao de Alcoba?a, ? S? de Lisboa, e a outros, ou desappareceram, como o de Santa Cruz de Coimbra e o de S. Vicente de F?ra, em Lisboa, para em seu logar se edificarem outros mais vastos e mais sumptuosos.

Pois essas preciosas reliquias de t?o remota antiguidade que t?em resistido ao duro embate das tempestades no correr de tantos seculos, zombando at? agora dos cataclysmos da natureza e dos furores do camartello, acham-se presentemente amea?adas, pelo menos algumas d'ellas, de perderem, em reconstruc??es dirigidas sem amor da arte, e sem respeito aos monumentos de remotas ?ras, as suas primitivas e venerandas fei??es.

Os compradores d'objectos d'arte e de industria, antigos, que vem a Lisboa todos os annos do estrangeiro, sobretudo de Fran?a e da Allemanha, percorrem as nossas provincias em todas as direc??es; apparecem em todas as cidades, nas villas e nas proprias aldeias, tentando com dinheiro ? vista os possuidores d'essas preciosidades, que n?o sabem aprecial-as, desconhecendo-lhes o valor.

? mister por honra do paiz, e por exigencia imperiosa dos interesses publicos, que se trate de p?r algum c?bro, quando n?o possa obstar-se inteiramente, ? assola??o ou deforma??o d'aquelles monumentos da antiguidade, e a esta continua expropria??o das nossas riquezas artisticas, documentos irrecusaveis do alto grau de florescencia nas artes, e por conseguinte de civilisa??o, que Portugal attingiu n'esse glorioso passado.

Um dos meios inquestionavelmente mais adequado, seria opp?r a essa torrente devastadora a illustra??o e o zelo dos parochos, illustra??o e zelo provenientes de conhecimentos especiaes para saberem apreciar aquelles objectos, ricos d'arte e de memorias piedosas, que os estranhos nos cobi?am, e que os nacionaes malbaratam por ignorancia.

Se os parochos tivessem algumas no??es de archeologia religiosa, n?o consentiriam, certamente, que as suas egrejas perdessem, com fei??es bastardas, o typo primitivo que as ennobrecia, nem haviam de tolerar, que fossem despojadas, por compra ou troca, dos seus vasos sagrados e alfaias antigas, que s?o nos templos verdadeiros braz?es da sua nobreza, e testemunhas authenticas, eloquentes na sua propria mudez, do amor da religi?o dos nossos antepassados, que n'elles se casava com o am?r da patria. E n?o limitariam esses parochos a sua ac??o benefica, sem duvida, a salvaguardar as preciosidades artisticas das suas egrejas; mas n?o deixariam tambem, em casos identicos, de dispensarem aos parochianos os conselhos do seu saber e da sua experiencia.

Foram estas considera??es retemperadas pelo affecto que todos devemos ? terra, que nos serviu de ber?o, e ?s Santas Cren?as, que recebemos dos maiores, que moveram a Real Associa??o dos Architectos e Archeologos a elevar ao esclarecido juizo dos Prelados Portuguezes o pedido de instituirem nos seus respectivos seminarios uma cadeira de archeologia religiosa.

? uma sciencia muito complexa a archeologia, n?o ha duvida, pois que cada uma das partes, que a comp?em, e que se subdividem, a seu turno, em outras partes de materia amplissima para o estudo, constitue um ramo importante dos conhecimentos humanos, que demanda muita applica??o para ser bem sabido.

Por?m, no que diz respeito ? archeologia religiosa ? um estudo muito limitado, facil e agradavel, e que p?de restringir-se, querendo abrevial-o, estabelecendo o ponto de partida da invas?o dos povos septemtrionaes e destrui??o do imperio romano; ou dos tempos mais proximos da funda??o da monarchia portugueza. O que ? mister ? que se d? nos seminarios aos futuros parochos a instruc??o precisa para que conhe?am os differentes estylos architectonicos, empregados nos templos do christianismo; a epocha da sua introduc??o em Portugal, e as modifica??es, que tiveram aqui, determinadas pelo estado da nossa civilisa??o e pelos habitos e costumes da sociedade. ? indispensavel, tambem ministrar-lhes eguaes conhecimentos em rela??o ? ourivesaria religiosa, e ?s mais artes liberaes e mechanicas, que, no correr da ?ra christ?, t?em concorrido com os seus productos para o servi?o dos altares, e para a ornamenta??o das egrejas.

Os parochos assim instruidos n?o deixar?o de apreciar devidamente, e de velar com verdadeiro zelo pela conserva??o dos edificios e dos objectos concernentes ao culto, venerandos pelas tradi??es religiosas e pela consagra??o dos seculos, e dignos de grande estima pelo seu valor artistico ou archeologico.

Ignacio de Vilhena Barbosa.

Resumo elementar de archeologia christ?

CAPITULO I

Principios da arte christ? no Occidente

PRIMEIRO PERIODO

CAPITULO II

As catacumbas eram destinadas a tres fins: o primeiro e principal era servirem de cemiterio aos christ?os. Os tumulos ficavam dispostos nas paredes uns por cima dos outros formando fileiras de tres a doze. Os corpos eram collocados em nichos oblongos, fechados por tampas de marmore, ou por tijolos ordinariamente em numero de tres, ajustados perfeitamente com cal.

N'estas galerias veem terminar em muitos sitios camaras sepulchraes. S?o especies de covas funerarias, no fundo das quaes se encontra muitas vezes, debaixo de uma abobada, um tumulo encerrando os restos mortaes de algum martyr illustre. Estes tumulos serviam de altar no dia anniversario do martyr, em que os christ?os vinham fazer as suas ora??es.

A f?rma dos sepulchros era variadissima: ha-os circulares, semi-circulares, octogonaes, hexagonaes e pentagonaes; comtudo a maior parte s?o quadrados.

O terceiro fim das catacumbas era tambem servirem de retiro ao Pontifice, ao clero e aos fieis no tempo da persegui??o.

A historia das catacumbas p?de dividir-se em tres periodos principaes: o periodo da forma??o, o periodo da restaura??o e de visitas piedosas, e o periodo de explora??es scientificas.

Chamam-se cryptas historicas as camaras sepulchraes em que repousavam os restos de martyres illustres.

O ultimo periodo, de explora??es scientificas, data do anno de 1578.

No mez de maio de 1578, uns trabalhadores que se occupavam em extrahir pozzolana n'uma vinha, a duas milhas da cidade de Roma, descobriram uma abertura que dava para um cemiterio christ?o decorado de pinturas, de sarcophagos e de inscripc?es.

A maior parte das decora??es das paredes das catacumbas foram executadas a fresco, sendo feitas algumas com mosaicos em limitado numero.

Add to tbrJar First Page Next Page

 

Back to top