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Read Ebook: Do que o fogo não queima by Lima Jaime De Magalh Es

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Ebook has 43 lines and 9551 words, and 1 pages

iou tanto amor que, quando entrou em mar? de comprar livros, deixasse de se fazer forte em classicos portugueses, e dos modernos apreciasse sobretudo aqueles que de classicos tinham carregadas tintas.

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<>, ali perdido, lembrava o comerciante.

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<>. Vir? clamar que o importante ? saber, n?o ? dizer. Cheira-lhe a rap?, a alfazema, a c?rte e a convento esse cuidado na express?o. Aborrece-o por artificial, pretencioso e v?o. Mas outros pretender?o que, se o bem pensar deve preceder o bem dizer, nem por isso deixa de ser certo que para bem dizer ? necessario pensar bem, e emquanto apuramos a linguagem e procuramos os melhores termos e a melhor ordem, submetemos o pensamento a um minucioso exame, de caminho o corrigimos, acabando bastas vezes por lhe descobrir erros e faltas de logica que afinal o alteram profundamente e subvertem.

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Isto escrevi ha seis anos, e, se agora tenho a indiscri??o de o desenterrar, n?o ? para fazer registo, em meu beneficio, de antecipa??es, mas s?mente para lembrar como vinha de longe aquela corrente de reac??o contra o desvario do ensino meramente scientifico, da qual nas minhas breves tarefas de jornalista fui um passageiro e modestissimo interprete. Quanto ent?o dizia n?o era meu; era do tempo. Hoje o encontramos no seu natural desenvolvimento, esclarecido e animado por uma experiencia terrivel, envolvido e singularmente revelado no conflicto das na??es armadas e em guerra sangrenta, representando a Alemanha, pelos acasos da sua sorte, um gr?u maravilhoso de cultura e organisa??o scientifica, significando a Fran?a, com os povos que lhe est?o aliados, aquela velha cultura classica que foi tida por insuficiente e ineficaz para realisar as aspira??es modernas da civiliza??o, e resultando da oposi??o destas duas correntes a necessidade de escolha e reforma dos principios fundamentais da educa??o.

S?o desse artigo estes periodos que vou transcrever:

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Uma calamidade sem nome obrigou-nos a preguntar ? nossa consciencia para que ? que criamos os filhos. Da resposta que ela nos d?r, esclarecida pela mais cruel das experiencias, depender?o os fins e processos dessa cria??o.

O que a experiencia nos diz, ao fim de quase meio seculo de educa??o impetuosamente scientifica, ? que a vida imporia mais pelo que pensamos e sentimos, pelo repouso ou pela inquieta??o do nosso espirito, do que pelo que dominamos, compreendemos e possuimos, pelo que a nossa ac??o apreende e pelo que a nossa inteligencia alcan?a. ? isto o que de todo temos trazido esquecido, naquela sujei??o dos homens ?s cousas que foi a paix?o cega da educa??o scientifica moderna e da especie de cultura que ela produziu; e foi por muito evidente se haver tornado esta subalternisa??o dos valores morais perante as conquistas materiais que M.me Montessori, com uma penetra??o profetica, muito antes que a guerra o manifestasse pelas suas angustias, julgou que <>

O desprezo a que chegaram esses <>, que s?o a medida da dignidade do homem, todos o sabemos e magoadamente o sentimos nas rela??es quotidianas ordinarias. De facto, a experiencia da guerra, embora de uma eloquencia suprema, era desnecessaria para reconhecer a miseria moral a que haviamos baixado; no comercio moral das sociedades ha muito se acumulavam os sinais de depress?o. Visitassemos n?s um liceu ou uma universidade, preguntassemos pelas suas aspira??es aos rapazes que l? andassem, e este queria ser engenheiro, aquele queria ser medico, aqueloutro advogado, e ainda alguem preferiria ser comerciante, mas todos sonhavam proventos de muitos contos de reis e a isso referiam o valor da carreira. Nem um s? nos responderia que a sua ambi??o era viver de pouco, honestamente, engrandecendo o espirito e servindo o proximo. Nenhum se dedicaria a professar naquela <>, de que Plat?o falou, onde disse que <> Mais uma vez podiamos dizer com o filosofo grego que <> Muito poucos encontrariamos nas escolas, se alguns tinhamos de achar, que estivessem inclinados a adoptar o preceito antigo que, <>; e muito menos tinhamos possibilidades de descobrir quem estivesse disposto a considerar o desengano do Evangelho e a preguntar <> . As riquezas da terra constituiram-se em finalidade humana; n?o distinguindo mais o que se deve aos bens do mundo e o que devemos ?s pessoas, as pessoas mudaram-se em instrumento da conquista dos bens do mundo, em vez de serem morada da beleza divina e do seu culto. A educa??o toda se enlevava no poder de servir a bolsa ou a vaidade, na arte eficaz de captar as cousas ou de possuir as almas.

N?o, n?o era a modera??o platonica, nem a nobreza romana, nem o desprendimento, o que iamos buscar ?s escolas. As vitorias alem?s de 1870, corroborando impulsos de uma filosofia materialista florescente, lan?aram o mundo, a exemplo da Alemanha, na supersti??o ignominiosa e aviltante da riqueza, da for?a e da cobi?a.

Assistimos agora ? demonstra??o tremenda da inanidade dessa ambi??o. Vinha, por?m, de longe a desconfian?a, e at? a avers?o, da cegueira da brutalidade divinisada, metodica e intencionalmente aprendida e cultivada. Desde o seu inicio, ainda quando ela imperava e crescia, de tal modo agravava, n?o direi j? a tradi??o humanitaria, mas sobretudo o nosso modo de ser psicologico que, revendo a historia do seu nascimento e progressos, enxameiam as lembran?as da primeira hora, quando Mathew Arnold--e basta para testemunho este agouro de um alto e sereno espirito--escrevia, em 1871, que <>

E vinha de longe a amea?a da preteri??o da civiliza??o de qualidade pela civiliza??o de quantidade. Com que clareza pressentiu a calamidade esse extraordinario espirito, que tanto engrandeceu o genio da Fran?a e que teve neste mundo o nome de J. Joubert!

O conflicto das diversas aspira??es da educa??o, sentiam-no aproximar-se os homens superiores de ha cem anos. O que seria esse desapego da beleza do espirito e da delicadeza da alma, trocadas pela multiplicidade de aptid?es tecnicas e pela abundancia do conhecimento da exterioridade das cousas, sabemo-lo n?s agora. Despejadamente no-lo disse o prussianismo cultivado com esmero e consciencia durante cincoenta anos e terminando por dar ao mundo o espectaculo de todas as desola??es de uma brutalidade, no fundo da qual se distingue uma apostasia clamorosa e contente na sua soberba, a nega??o altiva do helenismo e do cristianismo que fundaram a civiliza??o, foram o seu leite e s?o o seu sustento, a sua substancia.

Isto preguntei e era de preguntar ha vinte e nove anos. Hoje, por?m, toda a duvida cessou. Convencemos-nos de que a civiliza??o tem de ser mais alguma cousa do que a for?a, e de que, por maior for?a de remexer a terra e dominar os seus elementos que ela atinja, negou a sua aspira??o e atrai?oou-a, se com a for?a n?o coincidiu o desenvolvimento moral do homem e das sociedades, naquelas bases de amor, respeito, liberdade, desprendimento e generosidade que o genio greco-latino concebeu e fundou de uma vez para sempre. Guiados pelo passado e alvoro?ados pelo presente, logo sabemos, sem a menor duvida ou hesita??o, onde e como aquela aspira??o de outrora rediviva ha-de realisar-se, por que meios h?o-de criar-se e educar-se os homens que a h?o-de servir e manter em corpo e ac??o.

Imagino mesmo que s? isto a que vagamente chamamos letras, e que afinal compreende toda a filosofia e toda a moral e estetica, imagino que s? isto demandar? cultura e ? rigorosamente objecto de educa??o. A outra educa??o, a que na essencia ? aprendizagem scientifica, essa, como a sciencia importa de ordinario altera??o da condi??o material das cousas, depressa entra na categoria do facto quotidiano, e desse modo, por efeito de contacto e presen?a fisica, se torna de conhecimento inevitavel. As leis e progressos da fisica, da quimica e de toda a mecanica correlativa s?o faceis de conhecer desde que t?m como resultado imediato e patente o para-raios, a maquina a vapor e o telegrafo e o telefone e os submarinos e os aeroplanos e toda a infinita mudan?a correlativa ou afim. S?o cousas que se v?em e n?o podem deixar de ser vistas e consideradas pelo seu volume e press?o continua. Os estados da alma ? que n?o s?o assim palpaveis; a mais pequena obra de arte demanda, para ser compreendida e sentida, uma susceptibilidade fisica e mental que, a n?o ser em aptid?es de excep??o, s? por educa??o, s? por uma insinua??o persistente e adequada se alcan?a. E da? a diversissima natureza do ensino scientifico e da educa??o classica, sen?o o facto capital que faz que a educa??o seja propriamente aquela cultura literaria, moral e estetica que constitue a aspira??o classica. O resto, com o rotulo espaventoso de sciencia, ser? porventura quest?o de conhecimento e ensino a acrescentar ? educa??o, que ? uma s?, onde as exigencias profissionais o exigirem.

Ora n?s por demais estudamos a natureza e os modos e termos de a sujeitar e aproveitar em beneficio da for?a, e simultaneamente, e por demais tambem, desaprendemos as letras e os modos e termos de as converter em instrumento do conhecimento e disciplina da nossa alma. Entre agonias o verificamos. O desengano ? profundo. E, ao senti-lo e na ansia de rehaver o perdido, de pronto a logica nas sugere os meios de resgate e nos manda voltar aquela antiga e segura estrada pela qual a Renascen?a caminhou, confundindo com boas raz?es em um s? estudo o Humanismo, a cultura do homem, e a antiguidade classica, na qual essa cultura atingira uma beleza sem precedentes.

Por certo, <> Evidentemente, uma nova constitui??o economica das sociedades e o seu proprio desenvolvimento mental determinaram adapta??es e sujei??es que nos for?am a ser diferentes do que fomos no mundo grego. Mas dentro dessa nova constitui??o subsiste qualquer cousa essencial que s? a Grecia e Roma souberam penetrar, definir e fundar; subsiste aquela aspira??o de perfazermos um tipo humano que atravez de todos os cataclismos humanos e cosmicos se mostrou eterno, intangivel, n?o susceptivel de melhoria ou correc??o. Percorreu a Grecia toda a extens?o do pensamento humano que at? hoje nos tem sido acessivel, enquanto Roma experimentou--e essa foi a sua inexcedivel fortaleza--toda a extens?o da disciplina moral at? hoje concebivel e realisada; e essas duas civiliza??es, conjugadas e ungidas pelo idealismo judaico, fundiram-se e completaram toda a forma superior da actividade humana em espirito e ac??o, deram o homem na sua integridade, e assim se tornaram a aspira??o daquilo que chamamos civiliza??o, ou melhor, a medida da civiliza??o. O que se seguiu ? apenas o processo do seu desenvolvimento, ora tumultuoso, ora coerente, regrado e continuo, ora crescendo, ora quebrando-se em depress?es passageiras, mas jamais se desligando do seu impulso inicial e raz?o de ser, isto ?, conservando em toda a contingencia, propicia ou adversa, a imutabilidade do seu fim e vontade. Nem mesmo cessa quando nos aterra um conflicto como esse que p?s o mundo todo em guerra. Pelo contrario, se temos serenidade de animo bastante para em meio da angustia apreciarmos os erros que a suscitaram, acharemos, como Eucken achou julgando o seu pa?s e n?o obstante o fervor com que o ama, que todo o mal proveio de uma exagerada adora??o da for?a fisica e de uma inadmissivel preponderancia das cobi?as de uma animalidade insaciavel, ofendendo aquela integridade do homem na sua pondera??o fisico-moral de que a Grecia e Roma nos legaram os exemplos sublimados.

Por esta li??o crudelissima voltaremos ? educa??o classica, por ela seremos levados mais uma vez ?quelas fontes de pureza de espirito de cujas aguas uma obcecada dissipa??o nos tornou t?o indigentes como sequiosos. Seja qual f?r a sorte das armas e o ajuste maquiavelico das chancelarias, ao fim encontraremos que a vitoria foi unicamente da civiliza??o, dessa for?a constante que nos anima e ? superior a todas as ra?as e a todas as na??es, quer lhes julgue a prosperidade transitoria, quer as alente entre a decadencia a mais profunda. Porque os estados, seja qual f?r a sua capacidade politica, poder?o disciplinar os povos, arregimenta-los para qualquer empreza de construc??o ou demoli??o, mas n?o criam a civiliza??o, que ? uma aspira??o psicologica etnica, prevalecendo sobre toda a contingencia e ressurgindo de todo o abatimento. Os povos servem a civiliza??o conforme as suas aptid?es, n?o a inventam; e ser?o nobres ou v?s, vencedores ou vencidos, conforme a serviram bem ou mal, fiel ou deslealmente.

Baptizar-nos nas fontes da vida que a antiguidade classica descobriu e onde miraculosamente se fortaleceu e engrandeceu--eis o verdadeiro inicio da civiliza??o. E essa inicia??o tornou-se tanto mais urgente quanto ? certo que, chegados a um momento de vitorias esplendidas da democracia, o futuro das sociedades mais do que nunca deixou de depender da vontade e do caracter dos que governam, mais do que nunca se acha confiado ? liberdade dos homens, e, por conseguinte, mais do que nunca tambem fica absolutamente dependente da capacidade moral desses mesmos homens. Esse futuro ser? ou uma orgia mansa, quando f?r regrado, em que o zelo da boa distribui??o e nivelamento das meras comodidades, tornando-se absorvente, s? por essa absorp??o avilta a nossa alma e a exp?e ?s degrada??es proprias da animalidade estreme, para as quais o alcoolismo ? o sumo pontifice e o mais activo carrasco; ou um culto da beleza e da dignidade humana na sua integridade e gloria, para o qual a unica habita??o conveniente s?o o templo em que Plat?o orou, e os logares em que o estoicismo se ouviu, e aqueles outros, altissimos, que a gra?a crist? ilumina. F?ra disto, o futuro das sociedades, por mais abundante e generoso que ele seja das diversas fortunas materiais que as constitui??es democraticas possam outorgar-lhes, n?o passar? na essencia de uma brutalidade, mais ou menos feliz e duradoura, mas a breve trecho condenada a afundar-se na decrepitude, apodrecimento, vergonha e ruina que s?o o termo inevitavel de todas as brutalidades.

Para as gera??es que nos sucederem, nem sequer poder? ser surpreza uma reconcilia??o da Alemanha com uma parte daqueles que impetuosamente ela tem combatido, e uma reconcilia??o t?o completa que lhe d? ingresso na uni?o latina. As afinidades espirituais e historicas da Alemanha s?o muito mais proximas do mundo latino do que de qualquer outra especie de mentalidade, particularmente daquela que domina nas civiliza??es orientais e nas que com elas t?m parentesco; a sua paix?o presente da for?a, onde concilia??o possa ter e n?o seja puramente uma rebeldia cega contra toda a insinua??o de idealismo, mais de pronto encontrar? termos de identidade na simpatia humanitaria activa, propria do latinismo ocidental, do que no quietismo mistico e no desprendimento passivo que o Oriente infundiu e alimenta no slavo. De facto, mais de vinte e cinco seculos de historia demonstraram que n?o ha sen?o duas civiliza??es--a que cristalisou na sobriedade atica, na austeridade moral romana e na gra?a crist?, fundidas e disciplinadas, e a que vagueia nos arrebatamentos do Oriente, t?o de pronto erguidos em extasis de desprendimento como inflamados na opulencia insondavel da sensualidade. ? mesmo esta oposi??o de temperamentos e a diuturnidade dos conflitos que ela causa na ansia mutua de absorp??o, na paix?o violenta de transmudar o antagonismo em uma unidade politica e mental estavel, que de continuo esperamos e nunca chega, ? esta atrac??o reciproca do Ocidente europeu e do Oriente, protelando-se em guerras infinitas e conquistas efemeras sem j?mais lograrem unir e fundir suas aspira??es originarias, ? esta incompatibilidade at? agora irredutivel, quer seja por amor, quer seja por despotismo, tudo o que tem experimentado e por muitos modos, ? este confronto, de ordinario penoso e raro contente, que, mais do que as vicissitudes do desenvolvimento interno proprio dessas duas civiliza??es, constitue o drama supremo da historia da humanidade e suas epop?as. At? mesmo perante esse dualismo tragico, o que nestes ultimos quatro anos se tem passado no mundo e que nos seus males nos parece tamanho, n?o passar? talvez de um acidente do desenvolvimento interno da civiliza??o ocidental, porventura uma simples despropor??o entre a civiliza??o de quantidade, por demais avolumada, e a civiliza??o de qualidade, a necessidade de reduzir essa despropor??o a termos de equilibrio consentaneo com os nossos fins, tradi??es e vontade.

N?o havendo idealismo de consequencias praticas f?ra destas duas almas e n?o se concebendo a vida f?ra de qualquer idealismo imanente, a Alemanha ter? por fatalidade logica de se consubstanciar com uma dessas duas almas, e adivinha-se sem maior esfor?o para onde se inclinar?, tanto mais que se sabe donde veio, onde foi buscar a trama da sua civiliza??o.

A experiencia da vida ?, em uma larguissima extens?o, a reduc??o ao absurdo de uma grande parte da propria vida; ? um fabrico incessante de rebutalho de aspira??es. O que na infancia se nos afigurou grande, n?o raro se mostra mesquinho na virilidade e detestavel na velhice; o que a crean?a cobi?ou e achou belo, achou-o indiferente a adolescencia e despresou-o a idade da raz?o. Esta constante e progressiva revis?o e elimina??o de valores, que praticamente conduz ? simplicidade e psicologicamente acrescenta e engrandece a espiritualidade,--isto constitue a civiliza??o, se o consideramos na historia dos povos, e ? por igual uma parte, e muito grande, da educa??o, se o observamos no desenvolvimento individual. A cultura e a educa??o do homem e das sociedades n?o s?o outra cousa sen?o o processo e a ac??o dessa revis?o de valores iniciais, que teve o seu primeiro padr?o em Esparta e a sua ultima medida, e a mais alta, em Jerusalem, no Calvario.

Perante esta lei de sucess?o de valores, verificada na historia e de continuo renovada em nossa consciencia, aquilo que se passou no mundo nestes ultimos cincoenta anos, e de que a Alemanha foi o mais perfeito exemplo e o mais retumbante porta-voz, esta paix?o de materialidades e a cren?a em suas virtudes, que para suprema eficacia deu a escravid?o do homem perante o estado, a abdica??o na abstrac??o perigosa e despotica que se chama o governo; essa ambi??o de for?a fisica, em cujos fundamentos alguem entreviu uma supersticiosa mitologia, n?o teria sido mais do que a express?o de um momento infantil do desenvolvimento dos povos civilizados, que o tempo ha-de corrigir pelos proprios impulsos do crescimento, tal qual est? demonstrado na historia das na??es latinas. Direi mesmo que quem observar com simpatia e serenidade o conflito de opini?es que a guerra inflamou, ter? repetidas vezes encontrado entre os homens mais exaltados na admira??o da Alemanha e dos seus feitos, at? a defesa das crueldades da sua <>, caracteres da mais profunda pureza e da mais cativante ingenuidade. S?o crian?as grandes, crian?as excelentes, preciosa materia prima da bondade e da justi?a, apenas e passageiramente dominadas pelo que melhor corresponde ? pujan?a da sua juventude, naturalmente turbulenta, ainda avida de dominio, como ? proprio da sua for?a, aprestando-se entretanto para aquelas elimina??es que lhe h?o de transformar os impetos em anseios de liberdade e de desprendimento, visto que esta ? a qualidade humana por excelencia.

Demos pois ao tempo o que ? do tempo, e, enquanto esperamos por dias menos agrestes, invoquemo-los pelo nosso esfor?o, por essa arte divina que as gera??es glorificaram sob o titulo de educa??o classica.

FIM

N.? 2843, de 16 de abril de 1916.

INDICE

Pag. Prologo V Do que o fogo n?o queima 1 Valores restaurados--Renascimento da educa??o classica 57

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