Read Ebook: Petronio Peça livremente extrahida do romance Quo Vadis de Henryk Sienkiewicz by Mesquita Marcelino
Font size:
Background color:
Text color:
Add to tbrJar First Page Next Page Prev Page
Ebook has 1954 lines and 17138 words, and 40 pages
Por Zeus, que bella escolha! Mais bello corpo n?o se encontrar? nem em caza do Barbas de Bronze, d'esse famoso Nero, teu amigo.
PETRONIO
Tu ?s meu parente... e eu n?o sou egoista; nem t?o austero, como um Aulo Plaucio...! Se queres...?
MARCOS
Como te veio ? ideia Aulo Plaucio? ? d'elle que te venho fallar.
PETRONIO
Estar?s, tu, por acaso enamorado de Pomponia, sua mulher? Diabo! Velha... virtuosa... Lamento-te.
MARCOS
N?o ? de Pomponia. Oh! N?o!
PETRONIO
De quem?...
MARCOS
Nem sei. Nem sei mesmo o seu nome. Lygia? Calina? Chamam-lhe Lygia porque ? do paiz dos Lygios; mas o seu nome barbaro ? Calina. Estive doente em caza d'esse Plaucio, por um accidente de viagem...
PETRONIO
Qual?
MARCOS
Desloquei um p?, n'uma queda do cavallo... ? uma caza estranha: cheia de gente e silenciosa como um bosque sagrado. Durante quinze dias, ignorei que uma deusa a habitasse. Vi-a, uma manh?, a banhar-se n'um tanque, sob as arvores. E... juro-te pela espuma d'onde nasceu Aphrodite... os raios da Aurora brincavam atravez do seu corpo! Julguei-a uma appari??o, uma sombra que os raios do sol nascente dissipassem, como um crepusculo! Desde ent?o, n?o tive mais tranquilidade; n?o tive mais descanso; n?o tive outro desejo; n?o vejo outra mulher! Tudo me merece desprezo; o oiro, os bronzes de Corintho... Aborre?o os vinhos, os festins; s? vejo, s? quero Lygia! O mundo para mim ? ella... e s? ella!
PETRONIO
? uma escrava de Plaucio? Compra-lh'a.
MARCOS
N?o ? uma escrava.
PETRONIO
Uma liberta, ent?o?
MARCOS
Se nunca foi escrava, como pode ser liberta?
PETRONIO
Quem ?, pois?
MARCOS
A filha d'um rei.
PETRONIO
Hein? Come?as a intrigar-me...
MARCOS
? filha de Vanio, rei dos Su?vos.
PETRONIO
O que teve guerras, no tempo de Claudio?...
MARCOS
Com os sobrinhos; que levantaram, contra elle os Lygios, terrive?s na rapina. Claudio, temendo pelas fronteiras, mandou Hister, legionario do Danubio, que vigiasse para que a paz n?o f?sse alterada. Hister exigiu aos Lygios a promessa de n?o invadirem a fronteira, e, como refem recebeu a filha e a mulher do chefe.
PETRONIO
D'onde sabes, tu, isso?
MARCOS
Contou-m'o Plaucio, elle proprio. Na guerra o rei dos Lygios morreu. Hister ficou com a m?i e a filha. A m?i morreu pouco depois, e Hister para se desembara?ar da crean?a, mandou-a a Pomponio, governador da Germania e vencedor dos Gathes. Quando Pomponio entrou em Roma, em triumphador, a pequena Lygia seguia o seu carro; mas como era um refem e n?o uma escrava, Pomponio entregou-a a sua irm?, mulher de Aulo. N'esta caza onde tudo respira virtude, cresceu, t?o virtuosa e t?o pura, que ao p? d'ella, Popp?a, que passa pela mulher mais bella de Roma, ? como um figo do outomno, ao p? d'um p?mmo das Hesperides!
PETRONIO
E, ent?o?
MARCOS
Repito-te, desde que vi a luz brincar atravez do seu corpo...
PETRONIO
Ella ? ent?o transparente como uma lampreia...!
MARCOS
N?o gracejes, Petronio.
PETRONIO
Pois bem, diz-me o que queres, claramente.
Add to tbrJar First Page Next Page Prev Page