Read Ebook: Paz e Arbitragem by Lima S De Magalh Es Sebasti O De Magalh Es
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Ebook has 172 lines and 14695 words, and 4 pages
O IDEAL MODERNO
BIBLIOTHECA POPULAR DE ORIENTA??O SOCIALISTA
PAZ E ARBITRAGEM
COMP.A N.AL EDITORA SEC??O EDITORIAL ADM. J. GUEDES--LISBOA
O IDEAL MODERNO
PAZ E ARBITRAGEM
POR
MAGALH?ES LIMA
Membro do Bureau Internacional permanente da paz
LISBOA Sec??o Editorial da Companhia Nacional Editora Administrador--Justino Guedes 50, Largo do Conde Bar?o, Lisboa Agencias Porto, Largo dos Loyos, 47, 1.? 38, Rua da Quitanda, Rio de Janeiro 1897
? Senhora Baroneza de Suttner
O movimento pacifico
Para que se possa avaliar, com exactid?o, do movimento que hoje preoccupa os espiritos em todo o mundo civilisado, damos, em seguida, a historia summaria e a lista das sociedades da paz, com o interesse que nos inspiram todas as manifesta??es do direito, da justi?a e da consciencia publica, qualquer que seja o paiz onde ellas se realisem.
A. Estados Unidos da America
Sociedades actuaes
B. Europa
Gran-Bretanha
Fran?a
Suissa
Dinamarca
Suecia
Associa??o Sueca da arbitragem e da paz, fundada em 1883, em Stockholmo. Conta 21 sec??es com grande numero da sub-sec??es.
Noruega
Sociedade norueguesa da paz, fundada em 1895, por iniciativa do sr. M. Hanssen, em Christiania. Conta 28 sec??es.
Allemanha
Italia
Belgica
Sociedade belga da arbitragem e da paz, fundada em Bruxellas, a 25 de fevereiro de 1889.
Hollanda
Sociedade geral neerlandeza da paz, fundada em Amsterdam, a 26 de janeiro de 1871. Conta 7 sec??es espalhadas por todo o paiz.
Austria
Hungria
Sociedade hungara da paz; fundada em 1895, em Budapesth.
Russia
Confraria operaria da exalta??o da Santa Cruz. Jaupal, Tscheruigow.
Portugal
Os amigos da paz
Os amigos da paz reuniram-se, em Londres, em 1843, e adoptaram a proposta de uma mensagem dirigida a todos os governos civilisados. Em janeiro de 1844, a mesma proposta foi apresentada ao presidente dos Estados-Unidos, o sr. Beckwith, que a agradeceu com as seguintes palavras: "Que o povo seja instruido e gose dos seus direitos, e reclamar? a paz como indispensavel ? sua prosperidade."
Quatro congressos dos amigos da paz se effectuaram de 1848 a 1851: um em Bruxellas ; o segundo em Paris ; o terceiro em Londres e o quarto em Frankfort.
Em 12 de junho de 1849, Ricardo Cobden, o grande advogado da arbitragem, propoz ao parlamento inglez, para que, de futuro, fosse admittido o principio da arbitragem em todos os conflictos entre na??es.
A 22 de agosto de 1849, inaugurou-se, em Paris, o congresso dos amigos da paz.
Em 1869, Garibaldi, o heroe da Italia, abandonava os campos de batalha para proclamar a paz e a fraternidade dos povos.
A 27 de setembro de 1878, abriu-se no Trocadero um congresso dos amigos da paz.
Seria necessario um grosso volume, para nos occuparmos dos principaes apostolos e dos principaes evangelistas do movimento pacifico, dos seus servi?os relevantissimos, da sua dedica??o ? causa da justi?a e da emancipa??o dos povos. Fallaremos, todavia, d'aquelles que mais se teem assignalado, na propaganda em favor do direito humano, postergado, ludibriado, escarnecido pelos apologistas da guerra e da conquista, isto ?, pelos defensores do roubo e do assassinato.
A Inglaterra, entre os seus luctadores mais destemidos, apresenta nos homens da estatura de Hodgson Pratt, de Frederico Stanhope, de Randal Cremer, de Ervans Darby, de Felix Moscheles, e mensageiras da boa nova, como Peckover e Ellen Robisson.
Se nos voltamos para os Estados-Unidos da America, o paiz onde os principios de arbitragem mais teem fructificado, como em todos os demais paizes novos, encontramos, ? frente do movimento, as primeiras personalidades da politica, da sciencia, da litteratura, taes como Madame Belva Lockwood, que j? foi candidata ? presidencia da republica, Frost Evans, Benjamin Trueblood, etc.
Na Allemanha o movimento em favor da paz ? profundo e accentuado. E assim devia ser, porque elle corresponde, de certo modo, ? corrente de id?as que agitam aquelle paiz e o collocam ? frente da democracia na Europa. O partido socialista, por mais de uma vez se tem affirmado pela propaganda pacifica. Independentemente d'isso, por?m, p?de dizer-se afoitamente, sem receio de errar, que existe, na Allemanha, um verdadeiro partido pacifico, perfeitamente organisado e servido por homens convictos e dedicados, taes como Franz Wirth, ha pouco fallecido, Adolpho Richter, o dr. E. Lowenthal, o conde de Bothemer, o dr. Rosenthal, Haberland, Fried, e outros.
Perguntar-nos-h?o, naturalmente, o que teem feito os amigos da paz, qual a sua obra e quaes os seus resultados effectivos e immediatos.
A obra dos pacificos tem sido enorme e imp?e-se pela sinceridade dos seus apostolos e pela grandeza da sua propaganda. Al?m dos oito congressos que conseguiram reunir, em differentes cidades da Europa, onde, com muita eleva??o e intelligencia, foram tratadas as quest?es que mais podem interessar, presentemente, as sociedades, no ponto de vista do direito e da justi?a, os amigos da paz teem conquistado, pouco a pouco, a adhes?o dos governos e dos parlamentos ? nobre causa que defendem, fazendo prevalecer a sua opini?o, por todos os modos ao seu alcance, sempre que a lucta ou a guerra se declara entre povos.
Em 1888, um certo numero de deputados francezes e inglezes reuniam-se em Paris e creavam uma conferencia inter-parlamentar, um areopago internacional, destinado, em caso de conflicto, a fazer ouvir a sua opini?o imparcial, appellando para a consciencia de todos. Desde ent?o este areopago principiou a reunir-se todos os annos, nas mesmas cidades onde se reuniam os congressos. Em Londres, em 1890, recebeu mais de mil cartas, enviadas ao comit? de organisa??o pelos membros dos diversos parlamentos, conseguindo reunir mais de 250 assistentes, vindos de todos os pontos do universo. Em Roma, a Fran?a esteve representada por 56 senadores e deputados; inglezes 43; allem?es 16; hespanhoes 40; austriacos 52; belgas 3; dinamarquezes 3; gregos 6; suissos 17; italianos 358; hungaros 13; norueguezes 3; roumaicos 56; suecos 5; portuguezes 3; hollandezes 7. Sob proposta de um deputado allem?o, adoptou-se o francez como lingua official da conferencia.
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