Read Ebook: Apontamentos para a Biographia do Cidadão José da Silva Passos by Pereira Da Silva Manuel Joaquim
Font size:
Background color:
Text color:
Add to tbrJar First Page Next Page
Ebook has 49 lines and 6304 words, and 1 pages
se a permanecer na proximidade do quartel do Duque.
Para guarda do Duque e seus companheiros deixou o Snr. Jos? Passos o Snr. Capit?o N., oito soldados de cavallaria, seis ou sete paizanos, sendo um delles o Snr. O. C. que teve de hir immediatamente ao quartel de Santo Ovidio, encarregando-os de n?o deixar escapar os cavalheiros que se achavam na casa do Snr. Conde de Terena Sebasti?o, tanto pela porta como pelos quintaes, promettendo-lhes que para alli marchariam os patriotas que estivessem reunidos na cidade, assim como todos os que encontrasse no seu caminho para Santo Ovidio, para onde acompanhou o regimento n.? 6.
A estas providencias dadas pelo Snr. Passos devem o n?o ter sido presos o Snr. Antonio Pereira dos Reis, e outros.
Entrando o Snr. Jos? Passos com o regimento 6.? no quartel de Santo Ovidio, ahi na presen?a dos Snrs. Bar?o de Fornos d'Algodres, Rogerio Gromicho Couceiro, Montenegro, Damazio, Almeida e Brito, Rezende, O. C., e outros officiaes--escreveu o Snr. Jos? Passos ao Commandante da terceira divis?o militar, Conde das Antas, uma carta que mandou expedir por um postilh?o.
Os Snrs. Jos? Passos, Bar?o de Fornos, Antonio Rogerio Gromicho Couceiro, Jo?o Pinto de Sousa Montenegro, s?o todos constitucionaes, emigrados, e soldados de D. Pedro.
O Snr. Bar?o de Fornos d'Algodres ? um fidalgo, antigo liberal, e official distincto e disciplinario.--O Snr. Gromicho Couceiro ? um dos mais distinctos officiaes d'artilheria, patriota muito illustrado; e fez tambem bons servi?os, juntamente com o Snr. Jos? Passos, nos dias 12 e 13 de Junho de 1846, e desempenhou com muita dignidade o lugar de Lente na Academia Polytechnica Portuense.--O Snr. Montenegro ? um cavalheiro, valentissimo official, e distinguiu-se na revolu??o de Maio de 1846, e na ac??o de Valpassos.
Do quartel de Santo Ovidio passou o Snr. Passos para o palacio do Snr. Visconde de Beire, e d'alli para a pra?a de D. Pedro, a fim de apressar a marcha, para Villar, dos populares que se tivessem reunido.
A tropa de linha conservou-se firme e na mais completa obediencia aos seus commandantes, no quartel de Santo Ovidio.
Em consequencia do toque de sino--da noticia da chegada do Duque--e da resistencia come?ada pelo Snr. Passos, e da louvavel posi??o que tinha tomado a tropa, um numero consideravel de cidad?os respeitaveis se tinha no principio da noite come?ado a reunir em alguns pontos da cidade.
A patul?a depois d'armada come?ou a marchar para Villar, e a operar. O Snr. Passos Jos? na pra?a de D. Pedro conversou com o Snr. Justino Ferreira Pinto Basto, e recommendou a alguns patriotas que fossem aos outros pontos de reuni?es populares avisar os cidad?os para marchar para o quartel do Duque.
Vimo-lo depois no p?teo da igreja do Carmo conversando com o Snr. Almeida e Brito, Alvo Brand?o, alguns officiaes, e outro cavalheiro, em quanto pela frente hiam marchando as for?as populares. Mandou d'alli alguem vigiar a cad?a e a ponte, e pediu que lhe mandassem um destacamento de soldados de infanteria municipal para Villar--e dirigiu-se pela segunda vez para a casa onde se achava o Duque.
Encontrou na casa do Conde de Terena Sebasti?o os Snrs. Visconde de Beire, e d'Alcoba?a, com quem esteve fallando, e talvez combinando o que naquelle momento convinha fazer a respeito dos illustres generaes.
Poucos minutos antes da segunda visita do Snr. Passos Jos? a casa do Snr. Conde de Terena Sebasti?o, tinha o patriota o Snr. Antonio Navarro entrado na sala e declarado ao Duque, que o povo exigia que elle fosse pr?so para os pa?os do concelho.
O Snr. Passos entreteve-se a conversar com o Duque, Visconde de Fonte Nova, Conde de Terena Jos?, Conde de Santa Maria, em quanto todos os vindos de Lisboa, e alguns que se dispunham acompanh?-los, se preparavam para marchar para o lugar do embarque. Um fidalgo mancebo aproximou-se do Snr. Passos Jos?, e disse-se que appellando para os sentimentos nobres e cavalheiros deste benemerito cidad?o, e para a sua proverbial generosidade, lhe recommendou que tivesse o maior cuidado na conserva??o do Duque--ao que o Snr. Passos respondeu--que a recommenda??o era desnecessaria; porque a salva??o da vida do Duque era o seu principal dever, e que podia assegurar a S. Exc.? que o seu corpo serviria de trincheira ao Duque, e que s? por um acaso inesperadissimo poderia o Marechal ser ferido ou maltratado, sem que primeiro o fosse elle Jos? Passos.--Declara??o de cavalheiro, que o Snr. Jos? Passos cumpriu primorosamente, n?o se separando do lado do Duque sen?o momentaneamente, duas vezes, porque o bem do Marechal assim o exigia. Facto este presenciado por amigos e adversarios, e que n?o p?de ser contestado.
A opini?o mais geral era que convinha re-enviar para Lisboa os generaes. Os Snrs. Passos Jos?, Visconde de Beire, e Visconde d'Alcoba?a, tinham os mais sinceros desejos de que elles re-embarcassem, e lhes n?o succedesse incommodo algum. As ordens mais terminantes foram dadas para se apromptar um barco que os conduzisse ao vapor.
O n?o apparecimento do barco, e a muita demora que houve na lingoeta a v?r se dos vapores, ou de algum navio, vinha escaler, suscitou a alguns populares a lembran?a de serem conduzidos ao castello de S. Jo?o da Foz do Douro os illustres generaes. Ent?o o proprio Duque vendo que a exalta??o dos bons cidad?os hia subindo de ponto, conveio em que nada se podia fazer mais acertado do que seguir o brado popular. Patriotas distinctos, e chefes de fabricas continuaram a fazer esfor?os para que o Duque re-embarcasse, e n?o fosse para o castello. Baldados esfor?os! porque n?o appareceu barco ou escaler. Se alguem tivesse declarado aos Snrs. Passos Jos?, Visconde de Beire, e Visconde d'Alcoba?a, que apromptava o barco, ou que o havia na proximidade, teriam estes cavalheiros feito todas as diligencias para que elles embarcassem, embora perdessem a vida; porque nessa noite n?o s? esses tres illustres cidad?os, mas muitos outros patriotas Portuenses deram a prova mais cabal, de que sabiam affrontar a morte, quando tratam de cumprir os seus deveres...
Durante todo o transito, o Snr. Jos? Passos desenvolveu a sua costumada coragem, mostrou-se digno irm?o do corajoso e intrepido Passos Manoel; e patenteou o mais decidido interesse pelo Duque. O Snr. Passos Jos? j? tinha visto em ?poca n?o mui remota, armas levantadas, bayonnetas apontadas contra o peito, e n?o deixou por isso de cumprir o seu dever na praia de Gaya, e pra?a de D. Pedro.
Os pr?sos foram conduzidos sem o maior incommodo at? o castello da Foz. Louvor aos patriotas Portuenses que mostraram que, em generosidade e tolerancia, n?o s?o inferiores aos Parisienses. No nosso paiz ha muito que a pena de morte por delictos politicos se reputa extincta. Costumamos marchar sempre na vanguarda do Exercito da liberdade e civilisa??o.
A indisposi??o contra o Duque provinha principalmente de haver sido ministro com os Cabraes.
Os patriotas deixaram evadir os Snrs. D. Manoel Alva, Antonio de Lacerda, Barros, e outros.
No dia seguinte o Governador Civil interino Corte Real, propunha ? Camara Municipal, reunida em verea??o extraordinaria, a nomea??o d'uma Junta Provisoria do Governo Supremo do Reino, como se fizera em 24 d'Agosto de 1820.
Foram eleitos para a Junta:--Presidente, Conde das Antas Vice-Presidente, Jos? da Silva Passos--Vogaes, Antonio Dias d'Oliveira--Sebasti?o d'Almeida e Brito--Justino Ferreira Pinto Basto--Conde de Rezende--Bar?o de Lordello--Antonio Luiz de Seabra, vogal encarregado das reparti??es civis--Francisco de Paula Lobo d'Avila, vogal encarregado das reparti??es de guerra e marinha.
Os Snrs. Dias d'Oliveira, Bar?o de Lordello, e Conde de Rezende, n?o acceitaram a nomea??o, apesar de sympathisarem com a causa popular.
O Snr. Conde de Rezende, como official do Exercito, prestou mui valiosos servi?os.
A Junta teria sido melhor organisada, se os Snrs. Visconde de Beire, e Visconde d'Alcoba?a, n?o tivessem depois da noite de 9 d'Outubro de 1846 voltado ? vida privada.
Se o Snr. Jos? Passos teve alguma parte na escolha dos individuos que formaram a Junta, faz-lhe muita honra o ter escolhido para membros della alguns cavalheiros que antes estavam em divergencia com elle na quest?o eleitoral.
O Snr. Jos? Passos, como encarregado dos negocios da Fazenda, e em cumprimento das ordens da Junta, procurou muitos recursos para a sustenta??o da causa nacional--aboliu alguns tributos, como foi o do pescado--reduziu as sizas a cinco por cento--permittiu durante a guerra civil o livre fabrico do sab?o, e a admiss?o do estrangeiro com modicos direitos--alliviou os jornaes, e impressos dos portes do correio.--promoveu com grande actividade a cobran?a dos rendimentos publicos--introduziu a mais sev?ra fiscalisa??o, economia, e regularidade nas reparti??es a seu cargo--mostrou severidade contra os prevaricadores, e maus funccionarios--empregou muitos esfor?os para adiantar a contabilidade das reparti??es publicas, e para evitar roubos e desperdicios que t?o vulgares costumam ser em ?pocas de commo??es n'outras na??es.--Fundou a casa da moeda em Monchique.--A conta da receita e despeza effectuada no cofre central do Porto, achava-se lan?ada no livro respectivo, indicado nas instruc??es de 8 de Fevereiro de 1843, que existe em poder das authoridades da situa??o desde 30 de Junho de 1847. ? de presumir que o governo actual a mande imprimir e distribuir pelas camaras legislativas; visto que a Junta se acha dissolvida, e os seus membros n?o tem caracter algum governativo.
Os governadores civis, os thesoureiros pagadores, os delegados do thesouro, os empregados das secretarias, directores d'Alfandegas, administradores e recebedores de concelho, e todos os mais empregados fiscaes desempenharam as suas func??es com zelo, actividade, e intelligencia. Os commissarios do governo, junto aos bancos, companhias, emprezas, e contractos, tambem cumpriram os seus deveres com modera??o, fidelidade, e dignidade.
Com mil quarenta e dois contos trezentos sessenta mil trezentos e cincoenta e dois reis, sustentou, por espa?o de nove mezes, um exercito maior do que actualmente temos--forneceu dinheiro para a compra d'armas, petrechos de guerra, seiscentos cavallos e arreios--para fardar milhares de soldados, e voluntarios--para sustentar a marinha, fazer duas expedi??es, fortificar a cidade muito melhor do que o estava no tempo do famoso c?rco--e para muitas outras despezas extraordinarias conducentes ao triumpho da revolu??o. A responsabilidade moral da Junta e dos que geriram os dinheiros publicos ou particulares, consiste principalmente em provar que o n?o applicaram para seu particular proveito, mas sim para o bem da causa de que o povo os encarregou.
Mas o que sobremaneira honra a Junta, ? as poucas medidas violentas de que, no meio de t?o extraordinarias circumstancias, lan?ou m?o, quando parece tinha um perfeito conhecimento de quem eram os conspiradores que ajudavam o governo de Lisboa, e dos seus planos! Os emprestimos for?ados de dinheiro foram insignificantes. Os de generos, pipas, vinhos, palhas, madeiras &c., foram insignificantissimos--porque havia uma grande por??o de donativos voluntarios.--Os mappas que por ordem da Junta se estavam formando nos governos civis para juntar aos relatorios dos encarregados das diversas reparti??es, continham preciosissimos dados estadisticos para se avaliar n?o s? a economia e regularidade das authoridades da Junta--mas os sacrificios do povo para a conserva??o da sua liberdade.--As inten??es da Junta eram que se pagassem todas as despezas feitas para o triumpho da causa popular, logo que a capital adherisse ? vontade nacional.
Um governo justo e amigo da prosperidade nacional, n?o p?de deixar de mandar liquidar essas quantias que se ficaram devendo, e pag?-las da maneira mais suave tanto para o Estado, como para os mutuantes for?ados. As despezas das guerras civis quando os partidos belligerantes se equilibram, devem ser pagas pelo thesouro publico. A Junta merece a gratid?o dos mutuantes pelos esfor?os que fez para obter para estes, das potencias interventoras, ou do governo de Lisboa o prompto pagamento. Vejam-se as instruc??es dadas aos plenipotenciarios ou agentes da Junta encarregados das negocia??es.
A administra??o financeira da Junta foi das mais economicas e regulares que neste paiz tem havido.
Como vice-Presidente, mandou o Snr. Passos Jos? expedir muitos officios e ordens para se activar o recrutamento--para se promoverem donativos de milhos, palhas, salitres, polvora, armas, petrechos de guerra, e cavallos; e para se enviar o mais que se necessitava para que nos depositos houvesse sufficiente por??o de tudo o que fosse indispensavel para se prolongar a resistencia nacional. N?o se p?de escrever, como o deve ser, a historia da revolu??o, e da administra??o da Junta, sem se l?r e examinar os copiadores das diversas reparti??es, e do commando em chefe, e muitos outros documentos importantes que nos foram confiados.
No desempenho desta reparti??o, especialmente depois do aprisionamento da esquadra, foi o Snr. Jos? Passos poderosamente coadjuvado pelos seus illustres collegas, e pelos distinctissimos patriotas os Snrs. Manoel da Silva Passos, Joaquim Antonio d'Aguiar, Marquez de Loul?, Manoel de Castro Pereira, Antonio Augusto Teixeira de Vasconcellos, Alvaro das Povoas, Jos? da Costa Sousa Pinto Basto, Augusto Ferreira Pinto Basto, Jos? Pedro de Barros Lima, Dr. Rezende, Damazio, Cunha Vasconcellos, Bernardino Coelho Soares de Moura, General Guedes, Bar?o do Almargem, Alheira, Rebocho, Jos? de Vasconcellos, Antonio Cesar, Abreu Castello Branco, Fevereiro, Parada, e alguns outros que a Junta julgou conveniente chamar aos seus conselhos e conferencias, ou encarregar d'alguma commiss?o, ou da redac??o d'alguns papeis; porque os desejos de todos os membros da Junta nunca foram outros sen?o desempenhar com acerto, e ? satisfa??o de todos, a miss?o de que f?ra incumbida, e fazer a felicidade da na??o.
As respostas ?s notas dos agentes dos governos estrangeiros eram examinadas, discutidas, e approvadas pela Junta, e por os cavalheiros que ella julgava necessario ouvir.
? publico que o manifesto de 8 de Dezembro de 1846, e o protesto de 1 de Junho de 1847, foram redigidos pelo Snr. Manoel da Silva Passos, mas discutidos, emendados, e approvados pela Junta, por o seu author, e mais cavalheiros que assistiram ?s respectivas sess?es.
O Snr. Jos? Passos votou contra a concess?o do armisticio--pela sahida da expedi??o, commandada pelo General em Chefe Conde das Antas; e pela n?o acceita??o dos quatro artigos do protocolo na sess?o de 5 de Junho de 1847. Erro ou acerto, todos os homens de bem lhe fazem a justi?a de que votou assim, porque a sua convic??o era que nisso servia a revolu??o e o seu paiz.
Averiguamos que pelas reparti??es a cargo do Snr. Jos? Passos n?o se expediram portarias sobre objectos da competencia da Junta, sem serem ordenadas por ella, e assignadas pela totalidade ou maioria dos membros que faziam vencimento para se ellas passarem. As portarias de expediente, e as que versavam sobre objectos pouco importantes, eram assignadas s? pelo encarregado da reparti??o competente. O mesmo se poder? affirmar a respeito das outras reparti??es.
Todas as vezes que o Casal, Saldanha, e Hespanhoes se aproximavam das linhas, vimos os Snrs. Passos Manoel, e Passos Jos?, apparecerem entre os primeiros nas trincheiras e lugares do fogo, como tambem o faziam os outros membros da Junta, e o povo Portuense, para quem um dia de fogo, ou aproxima??o d'inimigo, era um dia de festa.--Tambem os encontramos a rondar muitas vezes a cidade.
Entre os actos da Junta, dignos dos mais subidos louvores, merece mencionar-se a submiss?o dos realistas ? bandeira nacional arvorada no Porto no famoso dia 9 d'Outubro de 1846. Para se elle conseguir prestaram valiosos servi?os os Snrs. Povoas, Cesar de Vasconcellos, Bernardino, Marquez de Loul?, Guedes, Passos Manoel, S? da Bandeira, Alvo Brand?o, Abreu Castello Branco, Antonio Augusto, Visconde d'Azenha, Sebasti?o de Carap??os, Manoel Vaz Pinto Guedes Bacellar, Dr. Jo?o Alves de Moura, Lemos de Condeixa, Faria Pinto, Chichorro, Garrido, Rebocho, Pato, Teixeira, Coelho de Mello e Mesquita, Pinto da Cunha, e tantos outros cavalheiros patriotas, e officiaes, cujos nomes muito sentimos aqui n?o publicar.
Abstemos-nos de fallar das opera??es militares, e dos valiosos servi?os dos generaes, officiaes, soldados, voluntarios, e guardas nacionaes--porque esse objecto ter? o seu lugar nos apontamentos biographicos do benemerito General em Chefe do Exercito Nacional, e mui desinteressado patriota o Snr. Conde das Antas, cuja dedica??o, lealdade, e servi?os ? causa popular, n?o podem esquecer aos bons patriotas.
A Junta merece muitos elogios pelas acertadas medidas que adoptou para se fazer o desarmamento do exercito nacional. Diz-se que ella insistira em que o exercito passasse todo armado para a obediencia das authoridades da Rainha. Se assim se tivesse feito, muito lucraria o Estado. O desarmamento depois da conven??o de Gramido, ? um dos actos que mais honra o partido progressista, o exercito, e o povo do Porto.
Mereceriamos grande censura se n?o mencionassemos aqui, que os brilhantes e eloquentissimos discursos do Snr. Passos Manoel, e os mui bem pensados do Exc.^mo Snr. Alvaro Xavier da Fonseca Coutinho e Povoas, e do Snr. Horta &c., proferidos nos conselhos militares que tiveram lugar na Casa Pia, muito contribuiram para esta brilhantissima pagina da historia do partido nacional.
A Junta fez os maiores esfor?os, para que os alliados, ou o governo de Lisboa provissem ?s despezas indispensaveis para se recolherem a suas casas os heroicos defensores da mais nobre causa, mas nada p?de alcan?ar. A sua sollicitude foi ainda mais longe--nomeou uma commiss?o de pessoas respeitabilissimas para promover uma subscrip??o para subministrar alguma quantia para as despezas da jornada dos mesmos patriotas; mas pela entrada das tropas hespanholas, e posse das authoridades do governo de Lisboa, n?o se levaram ao cabo as beneficas inten??es da Junta.
A Junta em quanto tivesse dinheiro, polvora, e viveres, devia prolongar a resistencia, e nunca deixar reserva de dinheiro para o desfecho. Ella cedeu; porque em identicas circumstancias o faria qualquer guarni??o n'uma pra?a de guerra.
Mas de que valia ter procurado soccorros para a viagem dos patriotas, se os nobres defensores da liberdade ainda tinham de passar pelo que soffreram na Raza, e outros pontos!!!!....
O Snr. Jos? Passos tem, como todos os humanos, alguns defeitos, que s?o compensados por muitas virtudes, por o mais desinteressado, puro, e illustrado patriotismo--por uma sincera adhes?o ?s institui??es democraticas--por uma generosidade, tolerancia, e humanidade, superiores a todo o elogio.
O empenho que h?o mostrado os cabralistas para se desfazerem do Snr. Passos Jos?, deshonra sobremaneira esse partido, que nunca encontrou no Snr. Passos sen?o tolerancia, generosidade, e justi?a.
Escrevemos a verdade--nenhum outro motivo nos levou a publicar estes apontamentos biographicos sen?o o desejo de fazermos a justi?a devida a um cidad?o de incontestavel merecimento, e de relevantissimos servi?os ? causa do progresso. Pagamos assim o nosso fraco tributo ? mais antiga, mais sincera, e mais desinteressada amizade.
Add to tbrJar First Page Next Page