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Read Ebook: Floresta de varios romances by Braga Te Filo Editor

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Ebook has 670 lines and 80842 words, and 14 pages

Editor: Joaquim Te?filo Fernandes Braga

CANCIONEIRO E ROMANCEIRO GERAL PORTUGUEZ

FLORESTA

DE VARIOS

ROMANCES

COLLIGIDOS

POR

THEOPHILO BRAGA

PORTO Typ. da Livraria Nacional 2, Rua do Laranjal, 22 -- 1869

FLORESTA DE ROMANCES

FLORESTA

DE VARIOS

ROMANCES

POR

THEOPHILO BRAGA

Vimos rir, vimos folgar, Vimos cousas de prazer, Vimos zombar e apodar, Motejar, vimos trovar Trovas que eram para l?r.

GARCIA DE REZENDE.

PORTO Typ. da Livraria Nacional Rua do Laranjal, 2 a 22 -- 1868

TRANSFORMA??ES

ROMANCE POPULAR

Eu era mo?a menina per nome dona Ines de Castro, e de tal doutrina e vertudes, qu'era dina de meu mal ser ho rreues. Uivia, sem me lembrar que paixan podia dar, nem dal-a ninguem a mim; foy m'o principe olhar por seu nojo e mynha fim.

RYMAN?E

Tyempo bueno, tyempo bueno, quyen te llevo de my! Qu'en acordar-me de ti todo plazer m'es ajeno. Fue tyempo y oras ufanas, em que mys dias gozaron. Mas en elhas se sembrarom la symyente de mys canas. Quyen no lhora lo passado, vyendo qual va lo presente? Quyen busca mas a?ydente de lo qu'el tiempo l'a dado? Yo me vy ser byen amado, my deseo em alta ?yma. Contemplar em tal estado la memorea me lastyma. Y pues todo m'es ausente, no ss? qual estremo escoja, Byen y mal, todo m'anoja: mesquyno, de quyen lo syente!

O proprio Boscan, no prologo ao livro II das suas poesias, descreve os ataques que soffreu a nova eschola, e nos revela a quem foi devida a id?a para a revolu??o na poetica nacional. Um cavalleiro italiano, muito conhecido em Hespanha pelo seu gosto e importancia individual, Navajero, estando a conversar em cousas de letras, lembrou-lhe que experimentasse as trovas usadas pelos bons autores de Italia. Boscan cedeu ?s instancias e experimentou; a final o verso endecasyllabo moldava-se ? nova forma, como se fosse creado com ella. Garcilasso veiu imprimir o cunho da perfei??o ? nova tentativa. Aqui est?o os dois modelos t?o imitados em Portugal pelos poetas quinhentistas. O metro octosyllabo ficou desprezado; e as composi??es do povo que o preferiam, ficaram at? ao principio d'este seculo desconhecidas.

que s?o dignos De perd?o os come?os j? que fiz Aberta aos bons cantares peregrinos, Fiz o que pude....

Riram-se dos novos metros; e S? de Miranda quando esperava o bom acolhimento da boa obra,

ouve aos sisos Medo e a uns pontosos De rostro carregados, e de uns risos Sardonios, ou mais claro, maliciosos.

Antonio Pereira de Marramaque, senhor de Basto, da familia dos Forjazes e Pereiras, offereceu a S? de Miranda um exemplar das obras de Garcilasso, quando elle se retir?ra para a sua casa de campo. Agradecendo-lhe a offerta que o distrahia na solid?o, ainda S? de Miranda se lembra dos esfor?os que fez para implantar a nova eschola:

Que el son que me aplazia Por mi hiziesse a plazer a nuestra gente.

E na morte de Garcilasso canta:

Al tan antiguo aprisco De Lassos de La Vega Tuyo, el nuestro de S? viste augmentado.

A eschola italiana, fundada por S? de Miranda, teve por adeptos a Pero de Andrade Caminha, a Ferreira e Bernardes, que se proclamaram discipulos do poeta. Caminha envia-lhe os seus versos, para

que os queiraes v?r E riscar, e emendar, porque emendados Por v?s, possam andar mais confiados Do que por meus poderam merecer.

Dom Manoel de Portugal tambem lhe envia poesias suas para serem revistas:

Por isso ante v?s v?o t?o confiadas, Rarissimo Francisco, e excellente, A rudeza do estylo differente, E as incultas estan?as desornadas.

Neste come?o do anno, em t?o bom dia T?o claro, porque n?o fale?a nada, Me foi da vossa parte appresentada Vossa composi??o boa ? porfia.

N'este mesmo soneto refere-se S? de Miranda ?s difficuldades que teve a eschola italiana ao introduzir-se em Portugal:

De espanto me enche quanto ali via, E mais em parte c? t?o desviada Sempre at? agora da direita estrada De Clio, de Caliope e Thalia.

Em tal sas?o, tempo t?o avaro De louvores alheios, em tal dano Dos engenhos, que se acham sem amparo.

Antonio Ferreira d? a entender estas mesmas guerras, em uma Carta a S? de Miranda:

J? contra <> Que t? qui, como escravos em cadeias Os tinha, subir tentam ao alto cume Do teu sagrado monte, d'onde as veias Desse licor riquissimas assiste De que j? correm mil ribeiras cheias. ................................... Mas oh tempos crueis! mas, ah tempos duros, Em que n?o s?a bem o bom escripto.

N'esta outra Carta de Ferreira a Antonio de S? de Menezes, descobre a malevolencia que havia contra a eschola italiana:

J? esta nossa terra engenhos tem Das musas bem criados, <> Que sempre o mal anda abatendo o bem.

A final triumphou a eschola italiana, e com ella come?ou a decadencia da poesia nacional dos dois povos da Peninsula. Os romances populares ca?ram em um immenso desprezo; nos escriptores de quinhentos encontr?mos bastantes allusoes a romances tradicionaes, mas citam-nos de passagem, como quem se envergonha de uma cousa baixa.

Por ti el silencio de la selva umbrosa.>>

Em Portugal vi eu j? Em cada casa pandeiro, E gaita em cada palheiro; E de vinte annos a c? N?o vi gaita, nem gaiteiro. A cada porta um terreiro, Cada aldeia dez folias. Cada casa atabaqueiro; E agora Jeremias He nosso tamborileiro.

Bangu?, que ser? de ti?

<

Igualmente antiga nos parece esta modinha paulista:

Mandei fazer um balaio Para botar algod?o.

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