Read Ebook: A Verdade a Passo Lento ou Guerra do Escaravelho contra a Borboleta Constitucional do Porto by Unknown Esteves Jo O Nunes Editor
Font size:
Background color:
Text color:
Add to tbrJar First Page Next Page
Ebook has 38 lines and 11542 words, and 1 pages
Editor: Jo?o Nunes Esteves
A VERDADE A PASSO LENTO,
GUERRA DO ESCARAVELHO
CONTRA
CONSTITUCIONAL
DO PORTO
OS N. N. 131 E SEGUINTES.
PRIMEIRA PROPOSI??O,
em que se mostra a sua impiedade.
DADA ? LUZ
Pelo Inimigo declarado dos Impostores, e verdadeiro Constitucional.
LISBOA: NA IMPRESS?O DE JO?O NUNES ESTEVES, Rua dos Correeiros N. 144. ANNO 1822.
< BEN?VOLO LEITOR. N?o soffre hum est?mago debilitado muita comida, nem a impetuosa torrente, que se lhe opponh?o obstaculos; em huma e outra crise he necessario muita prudencia, pois he nestes lances, que o primeiro rep?em com t?dio, o que devia servir-lhe d'alimento, e o segundo arrasta diante de si quanto pertende impedir o livre curso das suas agoas. Nestas mesmas circunstancias me achava eu, quando o Povo do Porto, e d'outras muitas terras deste Reino, por effeito de hum papel verdadeiramente ridiculo, intitulado < Inimigo declarado dos Impostores, verdadeiro Constitucional. Vale. PRIMEIRA CARTA Sirva-se, Senhor Redactor, de publicar no seu Periodico esta primeira Carta, que servir? como Exordio de Serm?o ?s quatro proposi??es indicadas, que tenho de provar pouco a pouco, e, se me n?o engano, dar?o ao seu Periodico materia para muito tempo. N?o me dirijo ao Author da Borbol?ta, n?o porque lhe tenha medo, pois o tal bicho a ninguem o mete, mas sim porque o n?o julgo t?o despido de amor proprio, para ser sincero, e fiel nesta Causa, em que elle he r?o, ou parte; e he necessario ter huma alma muito boa, e huma virtude n?o vulgar, para que hum r?o, ou parte deponha contra si, quando tem na m?o os monumentos do seu crime, e que p?de rasgar a seu salvo sem que alguem o possa presumir. A distancia do lugar, aonde vivo, far? retardar as minhas participa??es, assim como retard?o os papeis, que cheg?o ? minha m?o, e os monumentos, que espero dessa Cidade. No estado presente queria ter azas de Borbol?ta para voar ? sua Officina, e dar-lhe ahi boas torquezadas, mas n?o me quiz dar o C?o o que liberalisou a este animalejo, e o remedio est? na paciencia. Espero que v. m. a ter? com este, que he deveras. Inimigo declarado dos Impostores, e verdadeiro Constitucional. P. S. Senhor Redactor, depois desta feita, recebo o N. 132 da Borbol?ta. Veja, veja l? como, sacudindo as azas, veio a cegar a gente com tanta poeira! Acuda a isto, Senhor Redactor; por Deus lh'o pe?o, imprimindo logo esta para bem da humanidade, e at? da mesma Borbol?ta; pois, se lhe n?o cort?mos os voadouros da lingua, temo que diga mal at? do SS. Sacramento. Sou, como devo, Inimigo declarado dos Impostores, e verdadeiro Constitucional. SEGUNDA CARTA. Quinta feira 25 de Outubro. He certo, torno a repetir, que a Borbol?ta supp?e innocente o tal Fradepio, e tomo a meu cargo mostrar-lhe para o Correio, em como he culpado, e mui culpado. Na terra onde vivo tenho participa??es as mais veridicas sobre este ponto, e protesto, e juro a Deos ser mais fiel e sincero que a Borbol?ta em relatar os factos. Antes de os exp?r convem dar huma no??o exacta do caracter de Fr. Gabriel de Santa Theresa. Julgo que a sua Religi?o nada perde com isto, antes a meu ver se acredita por isso mesmo, que castigou como devia os seus delictos, nem offendo a caridade mostrando os crimes de hum Frade indigno at? de estar na Sociedade dos homens, e que nenhum direito tem j? ? sua honra. Para o Correio porei este caso em toda a luz possivel, para v?r se queimamos a Borbol?ta, ou ella mesma se queima na sua impiedade. Tenha paciencia Senhor Redactor em aturar este, que he sem refolho. Inimigo declarado dos Impostores, e verdadeiro Constitucional. TERCEIRA CARTA. Segunda feira 29 de Outubro. < Inimigo declarado dos Impostores, e verdadeiro Constitucional. < Foi do modo que fica exposto o furto, e o seu achado, ao que se seguio depois huma devassa, que l? fizer?o os Padres, conforme determin?o seus Estatutos, e o que depozer?o as testemunhas nem o sei, nem se me communica: Sei sim que foi sentenciado, e que a norma da Senten?a foi dada por hum Juris-consulto Secular ? vista dos Autos; homem tal que, disse ao Prior o honrado Juiz do Crime no dia 14 de Outubro, era a melhor cousa que tinha Portugal em materias criminaes: Sendo pois testemunhas de probidade as que depoz?r?o, porque for?o Religiosos, e n?o se p?de dizer sem blasfemea, que todos jurassem falso, e sendo a Senten?a dictada por hum Ministro desinteressado, e sem suspeita, segue-se legitimamente que o Reverendissimo Fr. Gabriel foi < Senhor Redactor, como Escaravelho fui indo devagarinho, e a passo lento para pilhar de geito a Borbol?ta: encontrei-a no meu quintal chupando as couves para depois deixar ficar a semente das lagartinhas, que destr?em as hortas, e investi com ella t?o animoso como o General Chixagophe com os seus Cossacos sobre os Francezes, e a primeira descarga foi huma torquezada no bandulho, que lhe fez sahir as tripas f?ra, e por isso creio morrer? cedo das feridas. He verdade que este animal?jo de alado passa a bicho, e renasce depois de morto; mas eu hei de p?r sentinellas, e guardas avan?adas; e, alem do Exercito que est? no campo entrincheirado, tenho hum grande corpo de reserva: he por isto que estou sempre certo da victoria. Bem sei eu que para t?o insignificante inimigo n?o era mister nem tanta gente, nem tanto barulho; porem a Borbol?ta, tendo algum espirito sem ter for?as, faz sempre o que os fracos nestes lances, isto he, chama para seu lado valent?es basofias, que animados de hum espirito ainda mais bravo procur?o despica-la. < Inimigo declarado dos Impostores, e verdadeiro Constitucional. O N. 152 he huma copia fiel do que relatou no dia antecedente, ao qual accrescentou <
Add to tbrJar First Page Next Page