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Read Ebook: Historical Record of the Fifth Regiment of Foot or Northumberland Fusiliers Containing an Account of the Formation of the Regiment in 1674 and of Its Subsequent Services to 1837 by Cannon Richard

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Ebook has 257 lines and 6312 words, and 6 pages

--Quem ser?? perguntou a Bastinhos.

--Esperai que eu volto j?, disse-lhes a Adelaide.

--N?o, n?o, vamos comtigo.--

Adelaide encarregou-se d'esta; deixou as Bastinhos na sala, com a mam?; quando voltaram, ellas vieram cumprimentar Ermelinda, depondo-lhe beijos miudinhos nas faces d'um moreno pallido.

?s dez horas n?o faltava ninguem.

O Mendes com grandes sorrisos d'alegria satisfeita, movia-se em todas as direc??es, muito cumprimentador e prasenteiro, dizendo gra?as affectuosas a cada conviva.

Os rapazes encostavam-se envergonhadamente ?s hombreiras das portas, ou fallavam dentro na sala do fumo, com uma vozearia de pra?a. Os seus olhos, acesos d'uma curiosidade concupiscente, tomavam a direc??o dos elegantes collos brancos, que sahiam das toilettes mais decotadas.

Os rapazes invejavam surdamente aquella naturalidade e garbo simples de porte.

--E ent?o? fazia elle muito bem... que andasse d'ahi, iriam dar um gyro... egualmente!--convidava um d'elles todo almiscarado, com a risca do idiotismo ao meio da cabe?a e o cabello frisado, n'umas ondea??es luzentes de bandolina.

E os dous fingindo-se interessados n'uma conversa importante que lhes disfar?asse o acanhamento tosco, aventuraram-se a um passeio pela sala, sentindo-se logo invadir d'um rubor de face ao perceberem os olhares das senhoras, que se riam baixinho das suas grossas m?os entaladas n'umas gritadoras luvas amarellas.

As Bastinhos leram no seu olhar e cochicharam logo:

--Forte tola! Deixa que a n?o hei-de perder de vista, Amelinha!

O Mendes entrou por?m na sala; um sorriso de bonhomia, despido de etiquetas lhe pairava nos labios.

--Vamos, minhas senhoras, vae-se dan?ar alguma cousa para matar o tempo, ein! Que ha-de ser, ? Adelaide?

--Uma quadrilha, pap?!

--Seja, eu chamo o tocador! tirem pares, tirem pares--disse passando entre o grupo dos homens.

D'ali a instantes um d'estes artistas obscuros, na gala festiva do seu casaco preto ro?ado pelo uso, sentava-se ao piano e preludiava uma quadrilha.

Os homens vinham entrando de vagar, tomavam pares, animavam a sala de grupos. Come?ava a levantar-se um p? fino, que excitava as tosses.

O Alberto dan?ou com Ermelinda.

--Olha, n?o te dizia eu!--murmurou a Bastos para uma visinha.

A musica de Angot elevava-se sonoramente do teclado; a quadrilha come?ou.

Entretanto o Alberto tinha phrases d'um effeito romanesco, com que melodisava os ouvidos da filha do director do banco; inclinava-se com profundas reverencias nas diversas evolu??es da quadrilha e depois, quando erguia a cabe?a, os seus olhos envolviam largamente, com magestade, os olhos de Ermelinda, que recebia esse fluido penetrante, fazendo purpurear o rosto por um phenomeno reflexo, que a physiologia n?o sabe ainda bem explicar, quando se trata de mulheres que namoram. Quando os outros pares dan?avam, Alberto um pouco mais alto de estatura, abaixava-se para ella, murmurando phrases d'um sentimentalismo de Antony, que ouvira muitas vezes no theatro.

--Creia vossencia, dizia, que s? um cora??o de gelo poderia deixar de impressionar-se ante a fulgura??o d'um olhar d'esses.

--Lisongeiro!

--Lisongeiro, eu, minha senhora? Como a infelicidade me bafeja todas as vezes que pronuncio uma verdade!

A sua voz arrastava-se n'uma tonalidade sentida; dir-se-hia que as lagrimas iam a rebentar d'aquelles olhos ba?os das orgias, em face d'uma grande concentra??o d'affecto.

A quadrilha terminou; os rapazes mais cheios de familiaridade, conversavam com as senhoras; mas dentro o Juca esperava-os com deliciosos charutos--que n?o podiam perder-se.

--E d'ahi um calice de Madeira, offerecia o Mendes, n?s c? n?o temos ceremonias, ein! s?o boas ellas para a missa, entendeu voc?, s?r Alberto?

Agrupavam-se em volta da mesa; os liquidos, como n'um apparelho hydrostatico, desciam de nivel nas garrafas para subirem nos estomagos. Os caixeiros esvasiavam calices com uma soffreguid?o mal educada--de quem apanhava d'aquelle poucas vezes.

A senhora do Mendes examinava com cuidado, curvando-se, as bandejas do ch? e dos d?ces que iam servir-se ?s senhoras; dispunha as garrafas de crystal em salvas de prata e distribuia aos creados as ramifica??es d'aquelle servi?o. Depois voltando-se para o sobrinho:

--Juca, vae servir as senhoras, avia-te!

O Alberto n'este momento enchugava os labios do sexto calice que havia esvasiado; offereceu-se para acompanhar o seu amigo--n'aquella agradavel incumbencia--dizia.

--Pois n?o, era at? um obsequio--e agradeceu-lhe com um sorriso a sua amabilidade.

Na sala tinha uns modos finamente elegantes de offerecer um calice de vinho, que n?o havia recusar-lhe.

--Este Alberto, diziam as senhoras, sempre tem uma apresenta??o t?o distincta!...

Junto d'Ermelinda deteve-se alguns minutos mais.

--Ah! ella n?o queria beber; e vinho perturbava-a um pouco, mas visto que elle insistia, ia fazer-lhe a vontade--e levou o calice aos seus vermelhos labios, que apenas se embeberam no liquido doirado pousando-o logo.

Nos seus olhos faiscava um pouco a scintilla??o do Porto e do Madeira. Depois a conversa??o recahiu sobre o Alberto, o heroe da noite; os menos favorecidos plastica e estheticamente proromperam logo com muito azedume:

--Afinal quem era elle, de que vivia, de que se sustentava?

--Ninguem o sabia--era um vadio, n?o havia que duvidar.

Mas o Jeronymo, com um sorriso significativo de finura, aprumando-se para os outros, como quem tinha o segredo do enigma:

--Sabem voc?s onde mora a mulher do commendador Bernardo?

--De qual? perguntaram logo muitas vozes.

--D'aquelle... d'oculos, que est? sempre ? porta do Guimar?es.

--Ah! logo se via... s? assim!... ou ent?o calotes em cada esquina.

Entraram logo em minuciosidades da sua vida; as informa??es foram apparecendo; disia-se que tinha dividas no alfaiate, no sapateiro e at? no Central, onde j? nem de jantar lhe queriam dar.

Mas a presen?a de Alberto veio p?r termo a estas murmura??es; a conversa??o mudou de rumo, at? que o piano preludiou uma walsa.

--Era irresistivel, n?o podia perder-se--e tomaram a direc??o da sala, onde as meninas os esperavam, com os bellos olhos humidos dos ardores choreographicos, anehelando os bra?os d'elles, a que sonhavam encostar-se, como sylphides vaporosas, arrastadas na vertigem.

Incontestavelmente as honras da walsa pertenceram a Alberto e a Ermelinda.

--Se n?o fosse o par que ella tinha, veriamos--protestavam muitas, n'um tom mordente d'inveja, que as irritava como picadas d'alfinetes.

--Boa, pois olha, das outras vezes!

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