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Read Ebook: The Little Green Goblin by Naylor J B James Ball Miller Harry L Illustrator

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Ebook has 317 lines and 17381 words, and 7 pages

Oh, talvez, como o vate, ainda algum dia Terei de erguer ? Patria hymno de morte, Sobre seus mudos restos vagueiando! Sobre seus restos?--Nunca! Eterno, escuta Minhas preces e lagrymas:--se em breve, Qual jaz Si?o, jazer deve Ulissea; Se o anjo do extermi-nio ha-de risca-la Do meio das na??es, que d'entre os vivos Risque tambem meu nome, e n?o me deixe Na terra vagueiar, orpham de Patria.

Cessou da noite a gr?o solemnidade Consagrada ? tristeza, e a memorandas Recorda??es:--os monges se prostraram, A face unida ? pedra. A mim, a todos Correm dos olhos lagrymas suaves De compunc??o. Atheu, entra no templo; N?o temas esse Deus, que os labios negam, E o cora??o confessa. A corda do arco Da vingan?a, em que a morte se debru?a, Frouxa est?; Deus ? bom: entra no templo. Tu para quem a morte ou vida ? f?rma, F?rma s?mente de mais puro barro, Que nada cr?s, e em nada esperas, olha, Olha o conforto do christ?o. Se o calis Da amargura a provar os c?us lhe deram, Elle se consolou: balsamo sancto Piedosa f? no cora??o lhe verte. --<>

Atheu, a quem o mal fizera escravo, Teu futuro qual ?? Quaes s?o teus sonhos? No dia da afflic??o emmudeceste Ante o espectro do mal. E a quem al??ras O gemente clamor?--Ao mar, que as ondas N?o altera por ti?--Ao ar, que some Pela sua amplid?o as queixas tuas? Aos rochedos alpestres, que n?o sentem, Nem sentir podem teu gemido inutil? Tua d?r, teu prazer existem, passam, Sem porvir, sem passado, e sem sentido. Nas angustias da vida, o teu consolo O suicidio ? s?, que te promette Rica messe de goso, a paz do nada!-- E ai de ti, se buscaste, emf-im, repouso, No limiar da morte indo assentar-te! Alli grita uma voz no ultimo instante Do passamento: a voz atterradora Da consciencia ? ella. E has-de escuta-la Mau grado teu: e tremer?s em sustos, Desesperado aos c?us erguendo os olhos Irados, de trav?s, amortecidos; Aos c?us, cujo caminho a Eternidade Co'a vagarosa m?o te vai cerrando, Para guiar-te ? solid?o das d?res, Onde maldigas teu primeiro alento, Onde maldigas teu extremo arranco, Onde maldigas a existencia e a morte.

Calou tudo no templo: o c?u ? puro, A tempestade amea?adora dorme. No espa?o immenso os astros scintillantes O Rei da crea??o louvam com hymnos, N?o ouvidos por n?s nas profundezas Do nosso abysmo. E aos cantos do Universo, Ante milh?es de estrellas, que recamam O firmamento, ajunctar? seu canto Mesquinho trovador?--Que vale uma harpa Mortal no meio da harmonia etherea, No concerto da noite? Oh, no silencio, Eu pequenino verme irei sentar-me Aos p?s da Cruz nas tr?vas do meu nada. Assim se apaga a lampada nocturna Ao despontar do sol o alvor primeiro: Por entre a escurid?o deu claridade; Mas do dia ao nascer, que j? rut?la, As torrentes de luz vertendo ao longe, Da lampada o clar?o sumiu-se, inutil, Nesse fulgido mar, que inunda a terra.

A VOZ.

? t?o suave ess' hora, Em que nos foge o dia, E em que suscita a lua Das ondas a ardentia,

Se em alcantis marinhos, Nas rochas assentado, O trovador medita Em sonhos enleiado!

O mar azul se encrespa Co'a vespertina brisa, E no casal da serra A luz ja se divisa.

E tudo em roda cala Na praia sinuosa, Salvo o som do remanso Quebrando em furna algosa.

Alli folga o poeta Nos desvarios seus, E nessa paz que o c?rca Bemdiz a m?o de Deus.

Mas despregou seu grito A alcyone gemente, E nuvem pequenina Ergueu-se no occidente:

E s?be, e cresce, e immensa Nos c?us negra fluctua, E o vento das procellas J? varre a fraga nua.

Turba-se o vasto oceano, Com horrido clamor; Dos vagalh?es nas ribas Expira o v?o furor

E do poeta a fronte Cubriu v?u de tristeza: Calou, ? luz do raio, Seu hymno ? natureza.

Pela alma lhe vagava Um negro pensamento, Da alcyone ao gemido, Ao sibillar do vento.

Era blasphema id?a, Que triumphava emfim; Mas voz soou ignota, Que lhe dizia assim:

--<

E o fr?mito dos euros, E o estourar da vaga, Na praia, que revolve, Na rocha, onde se esmaga,

Onde espalhava a brisa Sussurro harmonioso, Em quanto do ether puro Descia o sol radioso,

Typo da vida do homem, ? do universo a vida; Depois do afan repouso, Depois da paz a lida.

Se ergueste a Deus um hymno Em dias de amargura; Se te amostraste grato Nos dias de ventura,

Seu nome n?o maldigas Quando se turba o mar: No Deus, que ? pae, confia, Do raio ao scintillar.

Elle o mandou: a causa Disso o universo ignora, E mudo est?. O nume, Como o universo, adora!>>--

Oh sim, torva blasphemia N?o manchar? seu canto! Brama a procella embora; P?se sobre elle o espanto;

Que de sua harpa os hymnos Derramar? contente Aos p?s de Deus, qual oleo Do nardo recendente.

A ARRABIDA.

Salve, oh valle do sul, saudoso e bello! Salve, oh patria da paz, deserto sancto, Onde n?o ruge a grande voz das turbas! S?lo sagrado a Deus, podesse ao mundo O poeta fugir, cingir-se ao ermo, Qual ao freixo robusto a fragil hera, E a romagem do tumulo cumprindo, S? conhecer, ao despertar na morte, Essa vida sem mal, sem d?r, sem termo, Que ?ntima voz cont?nuo nos promette No transito chamado o viver do homem.

Suspira o vento no alamo frondoso; As aves soltam matutino canto; Late o lebreu na encosta, e o mar sussurra Dos alcant?s na base carcomida: Eis o ru?-do de ermo!--Ao longe o negro, Insondado oceano, e o c?u ceruleo Se abra?am no horisonte.--Immensa imagem Da eternidade e do infinito, salve!

Oh, como surge magestosa e bella, Com vi?o da crea??o, a natureza No solitario valle!--E o leve insecto E a relva e os matos e a fragrancia pura Das boninas da encosta est?o contando Mil saudades de Deus, que os ha lan?ado, Com m?o profusa, no rega?o ameno Da solid?o, onde se esconde o justo.

E l? campeiam no alto das montanhas Os escalvados pincaros, severos, Quaes guardadores de um logar que ? sancto; Atalaias que ao longe o mundo observam, Cerrando at? o mar o ultimo abrigo Da cren?a viva, da ora??o piedosa, Que se ergue a Deus de labios innocentes.

Sobre esta scena o sol verte em torrentes Da manhan o fulgor; a brisa esva?-se Pelos rosmaninhaes, e inclina os topos Do zimbro e alecrineiro, ao rez sentados Desses thronos de fragas sobrepostas, Que alpestres matas de medronhos vestem; O roc?o da noite ? branca rosa No seio derramou frescor suave, E 'inda existencia lhe dar? um dia.

Formoso ermo do sul, outra vez, salve!

Negro, esteril rochedo, que contrastas, Na mudez tua, o placido sussurro Das arvores do valle, que vecejam Ricas d'encantos, co' a esta??o propicia; Suavissimo aroma, que, manando Das variegadas flores, derramadas Na sinuosa encosta da montanha, Do altar da solid?o subindo aos ares, ?s digno incenso ao Creador erguido; Livres aves, v?s filhas da espessura, Que s? teceis da natureza os hymnos, O que cr?, o cantor, que foi lan?ado, Estranho ao mundo, no bulicio delle, Vem saudar-vos, sentir um goso puro, Dos homens esquecer paix?es e opprobrio, E ver, sem ver-lhe a luz prestar a crimes, O sol, e uma s? vez pura saudar-lh'a.

Comvosco eu sou maior; mais longe a mente Pelos seios dos c?us se immerge livre, E se desprende de mortaes memorias Na solid?o solemne, onde, incessante, Em cada pedra, em cada flor se escuta Do Sempiterno a voz, e v?-se impressa A dextra sua em multiforme quadro.

Escalvado penedo, que repousas L? no cimo do monte, amea?ando Rui-na ao roble secular da encosta, Que somnolento move a coma estiva Ante a aragem do mar, foste formoso; J? te cubriram cespedes virentes; Mas o tempo voou, e nelle involta A formosura tua. Despedidos Das negras nuvens o chuveiro espesso E o granizo, que o s?lo fustigando Tritura a tenra lanceolada relva, Durante largos seculos, no inverno, Dos vendavaes no dorso a ti desceram, Qual amplexo brutal de ardor grosseiro, Que, maculando virginal pureza, Do pudor varre a aureola celeste, E deixa, em vez de um seraphim na terra, Queimada flor que devorou o raio.

C?veira da montanha, ossada immensa, ? tua campa o c?u: sepulchro o valle Um dia te ser?. Quando sentires Rugir com som medonho a terra ao longe, Na expans?o dos volc?es, e o mar, bramindo, Lan?ar ? praia vagalh?es cruzados; Tremer-te a larga base, e sacudir-te De sobre si, o fundo deste valle Te vai servir de tumulo; e os carvalhos Do mundo primogenitos, e os sobros, Arrastados por ti l? da collina, Comtigo h?o-de jazer. De novo a terra Te cubrir? o dorso sinuoso: Outra vez sobre ti nascendo os lyrios, Do seu puro candor h?o-de adornar-te; E tu, ora medonho e n? e triste, Ainda bello ser?s, vestido e alegre.

Mais que o homem feliz!--Quando eu no valle Dos tumulos cahir; quando uma pedra Os ossos me esconder, se me f?r dada, N?o mais reviverei; n?o mais meus olhos Ver?o, ao p?r-se, o sol em dia estivo, Se em turbilh?es de purpura, que ondeiam Pelo extremo dos c?us sobre o occidente, Vai provar que um Deus ha a estranhos povos E al?m das ondas tr?mulo sumir-se; Nem, quando, l? do cimo das montanhas, Com torrentes de luz inunda as veigas: N?o mais verei o refulgir da lua No irrequieto mar, na paz da noite, Por horas em que v?la o criminoso, A quem ?ntima voz rouba o socego, E em que o justo descan?a, ou, solitario, Ergue ao Senhor um hymno harmonioso.

Hontem, sentado n'um penhasco, e perto Das aguas, ent?o qu?das, do oceano, Eu tambem o louvei sem ser um justo: E meditei, e a mente extasiada Deixei correr pela amplid?o das ondas.

Como abra?o materno era suave A aragem fresca do cahir das tr?vas, Emquanto, involta em gloria, a clara lua Sumia em seu fulgor milh?es d'estrellas. Tudo calado estava: o mar s?mente As harmonias da crea??o soltava, Em seu rugido; e o ulmeiro do deserto Se agitava, gemendo e murmurando, Ante o sopro de oeste:--alli dos olhos O pranto me correu sem que o sentisse, E aos p?s de Deus se derramou minha alma.

Oh, que viesse o que n?o cr?, comigo, ? vecejante Arrabida de noite, E se assentasse aqui sobre estas fragas, Escutando o sussurro incerto e triste Das movedi?as ramas, que pov?a De saudade e de amor nocturna brisa; Que visse a lua, o espa?o oppresso de astros, E ouvisse o mar soando:--elle chor?ra, Qual eu chorei, as lagrymas do goso, E adorando o Senhor detestaria De uma sciencia van seu v?o orgulho.

? aqui neste valle, ao qual n?o chega Humana voz e o tumultuar das turbas, Onde o nada da vida sonda livre O cora??o, que busca ir abrigar-se No futuro, e debaixo do amplo manto Da piedade de Deus: aqui serena Vem a imagem da campa, como a imagem Da patria ao desterrado; aqui, solemne, Brada a montanha, memorando a morte. Essas penhas, que, l? no alto das serras Nuas, crestadas, solitarias dormem, Parecem imitar da sepultura O aspecto melancholico e o repouso T?o desejado do que em Deus confia. Bem semelhante ? paz, que se ha sentado Por seculos, alli, nas cordilheiras ? o silencio do adro, onde reunem Os cyprestes e a cruz, o c?u e a terra.

Como tu vens cercado de esperan?a, Para o innocente, oh placido sepulchro! Juncto das tuas bordas pavorosas O perverso rec?a horrorisado: Ap?s si volve os olhos; na existencia Deserto ?rido s? descobre ao longe, Onde a virtude n?o deixou um trilho. Mas o justo, chegando ? meta extrema, Que separa de n?s a eternidade, Transp?e-na sem temor, e em Deus exulta. O infeliz e o feliz l? dormem ambos, Tranquillamente: e o trovador mesquinho, Que peregrino vagueiou na terra, Sem encontrar um cora??o ardente Que o entendesse, a patria de seus sonhos, Ignota, por l? busca; e quando as eras Vierem juncto ?s cinzas collocar-lhe Tardios louros, que escondera a inveja, Elle n?o erguer? a m?o mirrada, Para os cingir na regelada fronte. Justi?a, gloria, amor, saudade, tudo, Ao p? da sepultura, ? som perdido De harpa eolia esquecida em brenha ou selva: O despertar um pae, que saboreia Entre os bra?os da morte o extremo somno, J? n?o ? dado ao filial suspiro; Em v?o o amante, alli, da amada sua De rosas sobre a c'roa debru?ado, R?ga de amargo pranto as murchas flores E a fria pedra: a pedra ? sempre fria, E para sempre as flores se murcharam.

Bello ermo! eu hei-de amar-te, emquanto esta alma, Aspirando o futuro al?m da vida E um halito dos ceus, gemer atada ? columna do exilio, a que se chama Em lingua vil e mentirosa o mundo. Eu hei-de amar-te, oh valle, como um filho Dos sonhos meus. A imagem do deserto Guarda-la-hei no cora??o, bem juncto Com minha f?, meu unico thesouro.

Qual pomposo jardim de verme illustre, Chamado rei ou nobre, ha-de comtigo Comparar-se, oh deserto? Aqui n?o cresce Em vaso de alabastro a flor captiva, Ou arvore educada por m?o de homem, Que lhe diga--?s escrava>> e erga um ferro E lhe decepe os troncos. Como ? livre A vaga do oceano ? livre no ermo A bonina rasteira e o freixo altivo! N?o lhes diz--nasce aqui, ou l? n?o cres?as>> Humana voz. Se baqueou o freixo, Deus o mandou: se a flor pendida murcha, ? que o roc?o n?o desceu de noite, E da vida o Senhor lhe nega a vida.

C?u livre, terra livre, e livre a mente, Paz intima, e saudade, mas saudade Que n?o d?e, que n?o mirra, e que consola, S?o as riquezas do ermo, onde sorriem Das procellas do mundo os que o deixaram.

Alli naquella encosta, hontem de noite, Alvejava por entre os medronheiros Do solitario a habita??o tranquilla: E eu vagueei por l?. Patente estava O pobre alvergue do eremita humilde, Onde jazia o filho da esperan?a Sob as asas de Deus, ? luz dos astros, Em leito, duro sim, n?o de remorsos. Oh, com quanto socego o bom do velho Dormia! A leve aragem lhe ondeiava As raras cans na fronte, onde se lia A bella historia de passados annos. De alto choupo atrav?s passava um raio Da lua--astro de paz, astro que chama Os olhos para o c?u, e a Deus a mente-- E em luz pallida as faces lhe banhava: E talvez neste raio o Pae celeste Da patria eterna lhe enviava a imagem, Que o sorriso dos labios lhe fugia, Como se um sonho de ventura e gloria Na terra de antem?o o consolasse. E eu comparei o solitario obscuro Ao inquieto filho das cidades: Comparei o deserto silencioso Ao perpetuo rui-do que sussurra Pelos palacios do abastado e nobre, Pelos pa?os dos reis; e condo?-me Do cortez?o suberbo, que s? cura De honras, haveres, gloria, que se compram Com maldic??es e perennal remorso. Gloria! A sua qual ?? Pelas campinas, Cubertas de cadaveres, regadas De negro sangue, elle segou seus louros; Louros que v?o cingir-lhe a fronte altiva Ao som do choro da viuva e do orpham; Ou, dos sustos senhor, em seu delirio, Os homens, seus irm?os, flagella e opprime L? o filho do p? se julga um nume, Porque a terra o adorou: o desgra?ado Pensa, talvez, que o verme dos sepulchros Nunca se ha-de chegar para traga-lo Ao banquete da morte, imaginando Que uma lagea de marmore, que esconde O cadaver do grande, ? mais duravel Do que esse ch?o sem inscrip??o, sem nome, Por onde o oppresso, o misero, procura O repouso, e se atira aos p?s do throno Do Omnipotente, a demandar justi?a Contra os fortes do mundo, os seus tyrannos.

Oh cidade, cidade, que trasbordas De vicios, de paix?es, e de amarguras! Tu l? est?s, na tua pompa involta, Suberba prostituta, alardeiando Os theatros, e os pa?os, e o ruido Das carro?as dos nobres, recamadas De ouro e prata, e os prazeres de uma vida Tempestuosa, e o tropeiar continuo Dos f?rvidos ginetes, que alevantam O p? e o lodo cortez?o das pra?as; E as gera??es corruptas de teus filhos L? se revolvem, qual mont?o de vermes Sobre um cadaver putrido!--Cidade, Branqueado sepulchro, que misturas A opulencia, a miseria, a d?r e o goso, Honra e infamia, pudor e impudicicia, C?u e inferno, que ?s tu? Escarneo ou gloria Da humanidade?--O que o souber que o diga!

Bem negra avulta aqui, na paz do valle, A imagem desse povo, que reflue Das moradas ? rua, ? pra?a, ao templo; Que ri, e chora, e folga, e geme, e morre, Que adora Deus, e que o pragueja, e o teme; Absurdo mixto de baixeza extrema E de extrema ousadia; vulto enorme, Ora aos p?s de um vil despota estendido, Ora surgindo, e arremessando ao nada As memorias dos seculos que foram, E depois sobre o nada adormecendo.

V?-lo, rico de opprobrio, ir assentar-se Em joelhos nos atrios dos tyrannos, Onde, entre o lampejar de armas de servos, O servo popular adora um tigre? Esse tigre ? o idolo do povo! Saudae-o; que elle o manda: aben?oae-lhe O ferreo sceptro: ide folgar em roda De cadafalsos, povoados sempre De victimas illustres, cujo arranco Seja como harmonia, que adormente Em seus terrores o senhor das turbas. Passae depois. Se a m?o da Providencia Esmigalhou a fronte ? tyrannia; Se o despota cahiu, e est? deitado No loda?al da sua infamia, a turba L? vai buscar o sceptro dos terrores, E diz--? meu>>; e assenta-se na pra?a, E involta em roto manto, e julga, e reina. Se um ?mpio, ent?o, na affogueada b?cca De volc?o popular sacode um facho, Eis o incendio que muge, e a lava s?be, E referve, e trasborda, e se derrama Pelas ruas al?m: clamor retumba De anarchia impudente, e o brilho de armas Pelo escuro transluz, como um presagio De assola??o, e se amontoam vagas Desse mar d'abjec??o, chamado o vulgo; Desse vulgo, que ao som de infernaes hymnos Cava fundo da Patria a sepultura. Onde, abra?ando a gloria do passado E do futuro a ultima esperan?a, As esmaga comsi-go, e ri morrendo.

Tal ?s, cidade, licenciosa ou serva! Outros louvem teus pa?os sumptuosos, Teu ouro, teu poder:--sentina impura De corrup??es, teus n?o ser?o meus hymnos!

Cantor da solid?o, vim assentar-me Juncto do verde cespede do valle, E a paz de Deus do mundo me consola.

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